2018

Escolas do DF já começaram a implementar a Base Nacional Comum Curricular

Instituições de ensino do Distrito Federal promovem a formação de professores e mudanças nos projetos pedagógicos para adotar a Base Nacional

Augusto Fernandes
postado em 27/09/2018 17:55
Carolina Nasser e Mateus com os filhos Murilo e Miguel
Algumas instituições de ensino de Brasília já começaram a alinhar a proposta pedagógica ao que a Base estabelece. A formação do corpo docente é uma das principais preocupações. Gestores acreditam que, apesar de representar um desafio, a adaptação constitui um esforço importante para melhorar a educação no país.
O Colégio Santa Dorotéia, por exemplo, se preparou quando o documento ainda estava sendo idealizado. ;Há três anos, começamos a trazer os materiais didáticos que correspondem às habilidades que os alunos precisam desenvolver a partir das diretrizes do documento. Também capacitamos e qualificamos o nosso corpo docente;, comenta o diretor-geral da escola, Rodrigo Santos.
Segundo ele, a base representou um ganho para a educação do país. ;Trouxe clareza e lucidez, com parâmetros que podem dar mais efetividade ao trabalho pedagógico das instituições, promovendo avanços fundamentais dentro de cada faixa etária. É claro que foi um desafio se adequar às mudanças do documento, mas acredito que é possível que as instituições consigam manter a tradição e, ao mesmo tempo, inovar no seu processo de educar;, avalia.
Com dois filhos na escola, a engenheira agrônoma Juliana Fortaleza, 42 anos, acredita que as diretrizes estabelecidas pela BNCC podem significar um progresso para a formação dos estudantes. ;Com o estudante seguindo os mesmos princípios desde as séries iniciais, ele se tornará uma pessoa muito consciente dos seus direitos e deveres;, ressalta.
[SAIBAMAIS]A meta de Juliana, por enquanto, é deixar Arthur, 7, e Mariana Meireles, 3, no colégio até o fim do ensino médio. Para ela, as adequações feitas pela escola no sentido de atender às exigências da base trazem mais elementos para o desenvolvimento pessoal dos filhos. ;Eu acredito que uma escola não deve visar apenas a aplicação de conteúdos. Também é preciso investir em novas ferramentas, que proporcionem mais cenários de aprendizagem. Isso faz a diferença.;

A servidora pública Carolina Nasser, 39 anos, acredita que, com a mudança na metodologia de ensino da escola os seus filhos Miguel Nasser, 11, e Murilo Nasser, 9, terão a possibilidade de aprimorar habilidades essenciais para o seu futuro profissional. ;Os meus filhos já estão aprendendo a trabalhar o próprio protagonismo. Eles têm uma certa autonomia na hora de elaborar projetos. Existe a preocupação de preparar os alunos não apenas para provas, mas também de desenvolver as suas potencialidades de mostrar do que eles são capazes. É uma inovação importante;, defende.

Segundo Carolina, a ideia de implementar uma forma de aprendizagem menos conteudista para todas as escolas do país pode fazer com que os alunos se sintam mais à vontade dentro de sala de aula. ;O conhecimento precisa ser construído em conjunto. Seguir as orientações dos professores é importante, mas cada estudante tem os seus próprios valores. Se eles tiverem a oportunidade de expressar o que pensam, o processo de aprendizagem será ainda mais positivo;, pontua.

Adaptação


;Ao ler o documento, percebemos que o nosso trabalho com foco em habilidades socioemocionais e no protagonismo do aluno já indicavam um bom caminho a ser seguido;, observa a diretora pedagógica do colégio S;rios, Vanessa Araújo.
Ela explica que a escola adapta, de maneira gradativa, o currículo. ;Nosso objetivo é implantar a Base com as diretrizes e o currículo ajustados já no próximo ano. Nossas equipes estão se apropriando do instrumento com estudos individuais e em grupo, participando de seminários, palestras e até missões técnicas sobre o assunto.;
Para Vanessa, o documento trouxe ganhos inclusive no que diz respeito à alfabetização. Na avaliação dela, a Base contribuirá para a diminuição de desigualdades sociais. ;A possibilidade de ajustar uma parte (40%) à realidade da escola, cidade ou região, amplia os horizontes e melhora a visão de mundo dos alunos. A leitura de mundo será ressignificada;, considera.
Com relação à educação infantil, são os direitos de aprendizagem propostos na BNCC que ela destaca como positivos ; conviver, brincar, explorar, participar, expressar-se e conhecer-se. ;Direitos que estão relacionados às 10 competências gerais do documento. No fim da educação básica, todos sairão ganhando.;
Juliana Fortaleza e o marido Fernando, pais de Arthur e de Mariana, acreditam que a Base ajudará a formar cidadãos conscientes

As etapas da educação básica / Veja quais são, que idades compreendem e a que objetivos atendem

Educação infantil

É a primeira etapa da educação básica. A única que está vinculada a uma idade própria: atende crianças de zero a três anos na creche e de quatro e cinco anos na pré-escola. Tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.

Ensino fundamental

É uma etapa com duração de nove anos, em que a matrícula é obrigatória para todas as crianças com idade de 6 a 14 anos. Ele está dividido em anos iniciais (ensino fundamental 1), que vão do 1; ao 5; ano, e anos finais (ensino fundamental 2), que vão do 6; ao 9; ano. O objetivo principal do ensino fundamental é a formação básica do cidadão e, desta maneira, é necessário que o aluno já tenha o domínio da leitura e da escrita para o desenvolvimento e a capacidade de obter novos conhecimentos por meio dessas habilidades.

Ensino médio

É a última etapa na educação básica no Brasil, com duração de três anos. O objetivo desse ciclo do ensino é oferecer uma formação voltada para o mercado de trabalho e também aprimorar os conhecimentos do cidadão já adquiridos nas etapas anteriores. Também pode ser oferecido com a formação para o exercício de profissões técnicas, desde que esta modalidade de ensino atenda à formação e o objetivo geral da etapa da educação básica.

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