Paulo de Tarso Lyra
postado em 30/10/2013 13:41
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta quarta-feira (30/10), durante discurso em cerimônia de comemoração dos 10 anos do Bolsa Família, que se tivesse que começar hoje o governo dele com a experiência acumulada em 10 anos, começaria novamente tendo como prioridade o combate à fome e desigualdade no país. Ele iniciou o discurso lembrando uma série de críticas sofridas pelo programa, chamado entre outras coisas como "bolsa esmola" e outros adjetivos pejorativos. "As pessoas se incomodam porque os pobres estão recebendo R$ 70, R$ 100 e R$ 150 reais, mas não percebem que, o que está acontecendo é uma mudança na mentalidade do Brasil", destacou Lula.O ex-presidente afirmou ainda que, antes do lançamento do programa existia um país para os ricos e, para a grande maioria das pessoas uma não pátria. Ele relembrou os dados estatísticos de inclusão como o aumento de escolaridade e a redução da maioridade infantil, anunciados no início da solenidade pela ministra Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello. De acordo com Campello, não há dados estatísticos que substituam a dignidade do ser humano.
Lula também ressaltou que uma das críticas mais cruéis ao Bolsa Família é de que o programa estimula a vagabundagem e a preguiça. Para ele, isso equivale a dizer que a pobreza está relacionada à indolência e não à falta oportunidades sociais. Ele disse que muitos críticos reclamam que não há portas de saída do programa ;que acaba de completar 10 anos em um país que a justiça passa dos cinco séculos;.
Durante o evento, o secretário-geral da Associação Internacional de Seguridade Social, Haus-Horst Konkolewsky, convidou a ministra Tereza Campello, para receber o Prêmio de Desempenho Extraordinário em Seguridade Social, criado recentemente. A homenagem será entregue no Fórum da associação, daqui a duas semanas, em Dohar, Catar.
"Pela visão de combater a pobreza com a melhoria da qualidade de vida de milhões de brasileiros, pelo comprometimento político, pela eficiência e a efetividade administrativa, bem como por seu impressionante impacto positivo, o programa Bolsa Família constitui exemplo e inspiração para formuladores de políticas e gestores de seguridade social em todo o mundo", disse o secretário-geral.
Dados
Antes de Lula, a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, fez discurso repleto de números positivos do programa. "Temos dados, estatísticas, estudos, evidências científicas que sepultam mitos e mentiras e comprovam os benefícios às famílias atendidas", disse.
Segundo a ministra, por exemplo, dados do Ministério da Saúde indicam queda de 52% na desnutrição infantil crônica, entre 2008 e 2011, em crianças atendidas pelo programa. Ela disse também que a permanência de crianças na escola na rede pública é maior entre as beneficiárias do Bolsa Família. Atualmente, o programa atende 13,8 milhões de famílias.