Dialogar para construir uma cidade mais justa e democrática. Essa é a proposta do evento ;Inspira Brasília ; Semana pelo Direito à Cidade;, que vai oferecer gratuitamente para o público brasiliense oficinas, rodas de conversa e apresentações culturais. A série de atividades começa nesta quarta-feira (13/4) e segue até sábado (16/4), no Centro Cultural Dulcina de Moraes, no Conic.
;O que a sociedade pode fazer para ter uma cidade mais justa, mais inclusiva, mais sustentável? Nossa ideia é contribuir para o momento com propostas e não só sentar e observar a política como se ela fosse distante. A gente quer fazer política dialogando;, explica Carmela Zigoni, assessora política do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), uma das entidades responsáveis pela organização do evento.
Entre as atividades, o público vai poder conferir, por exemplo, uma oficina de skate, um debate sobre mobilidade urbana e uma mostra cinematográfica ; batizada de Cine Quebrada ; com filmes produzidos nas cidades satélites do Distrito Federal. ;A gente se sente no dever de ocupar o centro. Brasília não é um privilégio do Plano Piloto. Moradores da periferia também têm o direito de ocupar esse local;, afirma Markão Aborígine, integrante do Grito das Periferias, outro movimento que participa da organização do ;Inspira Brasília;.
A programação da semana conta ainda com a segunda edição da roda de conversa ;Diálogos Inspiradores pelo Direito à Cidade;, que terá a participação de representantes dos movimentos Família de Rua, de Minas Gerais e Ocupe Estelita, de Pernambuco. No ano passado, o debate reuniu cerca de cem pessoas na Universidade de Brasília (UnB). ;Foi muito legal, porque vários movimentos dialogaram e tiraram várias agendas, como a criação de uma rede de bicicletas compartilhadas na Estrutural. Este ano a gente espera reunir ainda mais pessoas e realizar mais ações;, projeta Carmela.
De acordo com os organizadores, o local escolhido para receber o Inspira Brasília ; o Centro Cultural Dulcina de Moraes, no Conic ; é emblemático. ;O Conic sempre foi um espaço diverso, periférico. O hip hop brasiliense se desenvolveu ali, sempre teve uma efervescência muito grande;, avalia Markão. ;Além de ser um local de fácil acesso, ele possui várias identidades, desde a questão do teatro [Dulcina de Moraes], até ser um ponto de encontro do break e ter uma igreja. Ele vai dar para o evento a cara que a gente quer, que é a da diversidade;, completa Carmela.
Para participar das atividades da semana, não é necessário realizar inscrição prévia. Quase todos os eventos têm entrada franca, com exceção das peças de teatro, cujos bilhetes custam R$ 10 (inteira). A classificação indicativa das atividades culturais é livre. ;Nossos vizinhos do Plano Piloto podem esperar a diversidade da cultura brasileira, a riqueza da cultura do povo. Nós teremos de maracatu a break dance, de poesia a grupos de rap, de mímicos a grafiteiros. Será um misto de atividades culturais;, finaliza Markão.