Brasilia 56 anos

Segunda geração: casal brasiliense se orgulha de ter filhos também nascidos na cidade

Família sempre morou no Cruzeiro; "nossa casa é nossa pequena Brasília", afirma o pai, o delegado Moisés Martins

postado em 21/04/2016 16:00
Família sempre morou no Cruzeiro;

Quem vê a bela casa em que vive a família do delegado Moisés Martins, 51 anos, não imagina que a história dela começou em um apartamento bem pequeno, no mesmo Cruzeiro onde eles moram até hoje. ;Brinco que você tinha que entrar nele já sabendo o que fazer em cada cômodo. Mas foi ali que a gente começou nossa história.; Ao lado da mulher, a artista plástica Adriana Brito, 48, ele faz parte da primeira geração de brasilienses e, hoje, com dois filhos, tem a certeza de que nenhum lugar no mundo pode ser melhor chamado de lar que Brasília.

[SAIBAMAIS];Não tenho vontade nem intenção de sair daqui;, garante Adriana. Ela, que trabalha com folhas do cerrado para compor suas obras, acredita que a cidade não só ajuda a reforçar a beleza das suas telas, mas garante aos seus filhos melhor qualidade de vida. ;É uma cidade tranquila e que ainda continua ótima para criá-los.; Amanda Lopes, 21, é universitária e está no sétimo período do curso de direito. Além de se identificar com Brasília por ter vivido sempre aqui, ela já entende que, para a profissão que escolheu, o melhor é continuar na cidade. ;Não me imagino morando em outro lugar. Aqui temos o melhor mercado do Brasil, até em relação aos concursos públicos.;

O mais novo, Adriano Lopes, estudante de 16 anos, já pode se dar ao luxo de sonhar mais longe e, mesmo sabendo que sua vida sempre estará atrelada à capital, consegue imaginar um futuro com novas experiências. ;Penso em morar no exterior ou mesmo em outra cidade, porque quero cursar agronomia.; Mesmo assim, a família entende que, não importa onde esteja cada um, Brasília sempre será o lugar que eles chamarão de casa. ;Família é união, é manter quem você ama sempre por perto. Eles sempre terão a cama deles aqui. Nossa casa é a nossa pequena Brasília;, garante Moisés.

Mesmo sendo uma terra de oportunidades, que possibilitou a ascensão social de Moisés, Brasília não escapa a um problema ainda crônico no Brasil: o racismo. ;Já fui chamado de macaco. Cheguei no cidadão, avisei que era delegado e que deveria levá-lo preso. Disse que não o faria para dar uma lição de moral nele, que estava acompanhado dos filhos.; Para ele, a discriminação racial existe e não se limita ao pobre. ;Vim de família humilde. Fui vendedor de limão, fui garçom. Sei do meu esforço. A vida é feita de degraus e o importante é não parar de tentar. É assim que dou exemplo para os meus filhos. A pessoa pode não gostar de mim, mas jamais pode me desrespeitar.;

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