Mais irreverente do que nunca, o Pacotão encerrou sua participação no carnaval de Brasília em grande estilo, arrastando cerca de 6 mil foliões na contramão da W3 em direção ao Gran Folia. A estimativa de público é da Polícia Militar, segundo a qual o desfile começou com cerca de 4,5 mil seguidores. Quem foi atrás do bloco, fundado há 32 anos por jornalistas e com tradição de crítica, abusou da criatividade e levou à rua todos os tipos de fantasia para expressar a indignação com os escândalos políticos recentes no Distrito Federal. Desfilar com uniformes de presidiário, colocar dinheiro nos decotes e nas meias, usar roupas feitas com caixas de panetone, tudo valia para protestar com bom humor.
Para Joca Pavaroti, um dos diretores do bloco, 2010 ficará marcado na história do Pacotão como um dos melhores. ;Os fatos políticos fizeram com que o brasiliense viesse para a avenida brincar;, afirmou ele, que, pelo microfone, convocava os foliões na concentração na 302/303 Norte e fazia piadas. ;Na quinta-feira, depois do carnaval, todos estão convidados para a posse de Charles Preto como novo governador do DF;, disse em dado momento, referindo-se ao boneco gigante que é uma das marcas registradas do Pacotão e, segundo a diretoria, presidente vitalício do bloco.
[SAIBAMAIS]Ainda na concentração, chamavam atenção as fantasias usadas pelos amigos Antônio Carlos Ferreira, Francisco Vasconcelos e Carlos Campos, que, com perucas, vestidos e óculos escuros, encarnaram as Irmãs Panetone. Perto de onde os três estavam, o Bloco da Arara, uma iniciativa da ONG Estruturação, que representa o movimento gay em Brasília, também fazia sucesso. Enquanto alguns participantes empunhavam a bandeira LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros), a drag queen Allice Bombom, de maiô e meia-calça brancos, era solicitada a posar em fotos com as pessoas. ;A gente quer somar, trazer diversidade, e aqui a galera nos entende;, disse ela.
Às 16h30, um pouco depois do horário previsto, os foliões deixaram a 302/303 pela W3 Norte e seguiram na contramão em direção à W3 Sul, escoltados pela PM. O trajeto deste ano teve uma alteração, com a virada em direção ao Gran Folia na altura do Hospital Sarah Kubitsheck e não no Bar Brasília, na 506 sul, como é tradição. É que o estabelecimento está fechado para reforma.
Protestos
Ao longo da W3, muita gente esperava a passagem do bloco para entrar na folia. Entre eles estavam os integrantes do Movimento Fora Arruda, que começaram a seguir o Pacotão na altura do Edifício Varig e entusiasmaram os foliões. No Gran Folia, eles se juntaram ao Galinho e ao Pacotão. O movimento, composto em sua maioria por estudantes, levou a sua própria caixa de som para a rua e gritou palavras de ordem pelo microfone, oferecido a quem quisesse protestar.
O estudante de ciência política da Universidade de Brasília (UnB) Raul Cardoso, 23 anos, explicou que os manifestantes participaram nos últimos dias de outros blocos tradicionais ; como Mamãe Taguá e Galinho de Brasília ; e deixaram o Pacotão para o fim, em razão da identidade com a proposta da agremiação: ;O clima do bloco está muito próximo da população e da gente este ano;. Diante do Brasília Shopping, empreendimento no qual o governador em exercício do DF, Paulo Octávio, tem participação, os estudantes entoaram vaias.
A família do comerciante Ângelo Manzan, 42 anos, que segue o Pacotão anualmente, marcou presença: com chapéus, máscaras e roupas improvisadas a partir de caixas de panetone, Ângelo, o filho Ângelo Gabriel, 11 anos, a enteada Daniele Souza, 10, e a esposa Francineide Souza do Nascimento, 38, despertavam muita curiosidade de quem passava.
Quando o bloco virou na altura do Hospital Sarah, por volta das 19h, uma cena emocionante: caracterizados para o carnaval, muitos pacientes e funcionários esperavam junto às grades da instituição para saudar o bloco. Foram recompensados com uma batucada de cerca de meia hora, especialmente para eles. Com limitações físicas ; o Sarah é um hospital especializado em doenças e acidentes ortopédicos ;, muitos pacientes dançaram da forma que podiam.
O percurso foi considerado tranquilo pela Polícia Militar, que registrou apenas uma ocorrência de furto no desfile do Pacotão. Na área do Gran Folia, os 120 policiais militares do efetivo disponível instruíram foliões para não portar garrafas de vidro.
Colaborou Naiobe Quelem <--
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Folia dos cristãos teve muita oração
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Cerca de 25 mil pessoas preferiram orações às festividades de carnaval em Brasília. A sexta edição do Congresso por Amor reuniu cerca de 6 mil jovens na sede da igreja Sara Nossa Terra, que fica na Quadra Mista 4 do Sudoeste. Uma festa de música eletrônica encerrou o evento, ontem.
No 24; Rebanhão, os católicos lotaram o ginásio Nilson Nelson no último dia de louvor. Foram quase 6 mil pessoas nos dois primeiros dias e mais de 17 mil ontem. O arcebispo metropolitano de Brasília, dom João Braz de Aviz, celebrou a missa de encerramento.
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