Luciane Evans, Carolina Lenoir
postado em 17/02/2010 10:23
O carnaval de Belo Horizonte não poderia ter acabado de um jeito mais mineiro. A 3; edição do Carnaviola levou à Praça da Liberdade, na tarde de domingo, um clima de festa no interior ; com direito a barraquinhas que vendiam comidas típicas. Os músicos Chico Lobo e Pereira da Viola pediram licença aos donos da casa e deram um tom caipira à folia, acompanhados por percussões, bateria, baixo, teclado, sanfona, violão e sopros. A ideia de aproveitar a terça-feira de carnaval ao som de moda de viola nunca havia passado pela cabeça da estudante Mariana Célia Menezes Silva, de 19 anos, mas ela garante ter gostado da novidade. ;É divertido porque dá uma caracterizada mineira à festa.;
A idéia dos organizadores é levar o Carnaviola para outras cidades. ;E não ficaremos limitados a Minas, não. Queremos ir a outros estados também;, diz Tadeu Martins, idealizador do projeto. O desejo dele se sustenta pelo sucesso alcançado pelas últimas edições. Ontem, cerca de 5 mil pessoas circularam pela Praça da Liberdade durante a festa.
Em Nova Lima, foliões não queriam nem pensar que faltava pouco para os pés descansarem. Pelo contrário, resolveram aproveitar até a última gota. Assim, durante todo o dia, a agitação na cidade não era de clima de despedida. Parecia mais o começo da festa. Cerca de 15 mil pessoas desceram e subiram as ruas nova-limenses atrás dos blocos e suas marchinhas carnavalescas. Farristas do interior de Minas e até mesmo de outros estados do país fizeram a cidade se transformar numa verdadeira panela de pressão. Assim, a folia não deu trégua e o jeito foi se entregar, sem tristezas ou lamentações. A cada ritmo novo ficava a alegria de saber que no ano que vem tem mais.
Como todo carnaval tem seu fim, a despedida em Nova Lima agradou a gregos e troianos. Foi fácil esbarrar em idosos caindo no samba, adultos pulando sem parar e crianças arriscando passos cada vez mais sambistas. Fim de festa? ;De jeito nenhum. Amanhã (nesta segunda) não vamos ficar em casa descansando. Nada disso, vamos curtir o samba do bloco dos garis;, contou Pompeia Lucas da Mata, de 60 anos, que este ano, junto com o marido, Geraldo Adriano da Mata, de 48, foi para o carnaval na cidade fantasiada de prêmio abacaxi, em homenagem ao rei José Abelardo Barbosa de Medeiros, ou simplesmente Chacrinha, um dos apresentadores mais renomados da televisão brasileira. ;Hoje sou Chacrinha e meu prêmio é Pompeia;, brinca Geraldo, garantindo que a festa nova-limense é a melhor de Minas. ;Aqui, o clima é familiar e tradicional. Não há lugar melhor. O bom é saber que no ano que vem tem mais.;