Flávia Maia
postado em 05/03/2011 22:55
[SAIBAMAIS]O Galinho de Brasília, um dos blocos mais tradicionais do carnaval do Distrito Federal, seguiu com tranquilidade para o espaço Gran Folia, que deve reunir todas as agremiações este ano. E, como acontece desde 2008, o aparato policial foi de quase 10% o número dos participantes, para garantir que as entrequadras do começo da Asa Sul fossem liberadas nos horários combinados.
Por volta de um sexto dos policiais militares em serviço no DF estavam escoltando os foliões. Enquanto 4,5 mil pessoas participaram da festa, 412 policiais militares (382 no policiamento e 30 controlando o trânsito) cercaram o bloco durante o caminho. Ao todo, serão 2,4 mil homens em serviço, segundo o coronel Conesa, responsável pela Central Integrada de Atendimento e Despacho (Ciade).
O aparato policial se aproxima do empregado para garantir a segurança da população no Ceilambódromo. Lá, para cada noite, serão 500 PMs de serviço. A estudante Júlia Lamouniere, 20 anos, disse que frequenta o bloco desde os nove anos e nunca tinha visto tantos policiais. "Vou no Galinho desde pequena e não esperava esse tanto de policiais", disse, considerando bom o reforço na segurança. Uma viatura do Batalhão de Operações Especiais da PM (Bope) também participou da segurança dos foliões.
Em 2008, confusão
O carnaval de 2008 foi marcado por atritos entre os foliões do Galinho de Brasília e policiais militares. Em 4 de fevereiro, o bloco fazia a festa na Entrequadra 203/204 Sul, mas só tinha autorização para ficar até as 18h30. Depois, deveria seguir para o Gran Folia, na Esplanada dos Ministérios. O Galinho saiu na hora determinada, mas cerca de 2 mil pessoas decidiram permanecer no local.
Foliões ligaram um carro de som, o que irritou os moradores das proximidades. Com truculência, a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) foi até a entrequadra para fazer cumprir a ordem, mas alguns reagiram à investida e atiraram garrafas, latas e pedaços de madeira contra os policiais. O Batalhão de Operações Especiais (Bope) foi chamado para desobstruir a via.
Foram usados sprays de pimenta, bombas de efeito moral e balas de borracha. Pelo menos 20 pessoas ficaram feridas, entre crianças e idosos. O comando da PMDF fez um inquérito que concluiu, dois meses depois, não haver culpados pelos excessos cometidos pelos PMs. Atualmente, o Galinho só passa pela 203/204 Sul, mas não faz lá a sua concentração.