Carnaval 2010

Pela primeira vez em 34 anos, Galo da Madrugada muda itinerário

Apesar de dividir a opinião dos foliões, maior bloco de rua do mundo alegra o sábado no Recife. Organizadores esperavam público de 1,6 milhão de pessoas

Tatiana Meira, Marcolina Teixeira
postado em 06/03/2011 08:25

Mudança dividiu opinião dos foliões, mas mesmo assim bloco lotou as ruas da capital pernambucanaRecife ; A mudança no roteiro do desfile, que pela primeira vez passou pela Avenida Dantas Barreto, bem mais ampla que a Rua da Concórdia, deixou o folião mais à vontade para cair no passo no Galo da Madrugada, o mais tradicional bloco de rua de Pernambuco. Em seu 34; desfile, o clube de máscaras renovou-se. Além do novo percurso, ganhou uma musa e cacarejou um acorde do hino Vassourinhas. Saiu pontualmente às 9h, com uma explosão de fogos de artifício, do Forte das Cinco Pontas, arrastando uma multidão municiada com o principal ingrediente para brincar um bom carnaval: a alegria. A escultura do galo gigante este ano tem 25 metros de altura e consumiu 2,5 toneladas de material, principalmente ferro e fibra de coco.

Mesmo a chuva fina, que não fazia parte do cenário do Galo há um bom tempo, não atrapalhou. Pelo contrário, até aliviou o calor. Em meio a uma Avenida Dantas Barreto que virou um mar de gente pela primeira vez no Galo da Madrugada, as opiniões sobre o novo percurso estavam divididas. ;A Concórdia é da discórdia. Mas acho que na Dantas Barreto vai engarrafar também;, disse Sílvia Couceiro, 50 anos, uma das integrantes do bloco Os engarrafados que não entravam em acordo sobre o novo itinerário.

O Galo aportou na Avenida Guararapes, ao meio-dia, sob o olhar de milhares de foliões que também lotavam os camarotes, como o do antigo Edifício Trianon. Em meio ao festival de fantasias criativas, a dos Piratas do Capibaribe chamava a atenção. ;A fantasia é uma crítica ao lixo do Capibaribe;, disse o tatuador Leonardo Filgueiras, 34.

Também não passou imune aos foliões a indumentária de dois fotógrafos de lambe-lambe do fictício Estúdio Milagre. ;A emoção do carnaval é um fenômeno atmosférico, sanguíneo e cultural. Até a história é fantasia, só a máquina é de verdade;, brincavam Zurnival Pino, 56, e Alcir Vasconcelos, 67. Na Ponte Duarte Coelho, a colorida alegoria do Galo rodopiava e já deixava os carnavalescos com um gostinho de saudade em pleno sábado.

A 34; edição do Galo teve o tema ;Voltei, Recife!”, em homenagem aos pernambucanos que estão longe do estado de origem. A expectativa dos organizadores era levar cerca de 1,6 milhão de pessoas às ruas. Até o fechamento desta edição, entretanto, não havia o balanço oficial do número de foliões. O bloco já ganhou o título de maior do mundo no Guiness Book ; o livro dos recordes, em 1995. Para embalar a festa, cerca de 600 artistas foram escalados para tocar das 9h às 19h. Daniela Mercury, no entanto, cancelou a apresentação em cima da hora, alegando que não haveria tempo hábil para participar das festas em Salvador.

Descontração
Nas ruas do Recife, a multidão formava um mosaico de cores. Arlequins, super-heróis, bonecos e até sósias do ex-presidente Lula e de sua sucessora, Dilma Rousseff, entraram na brincadeira. Este ano, a tradicional estátua do galo teve 25 metros de altura.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação