postado em 06/02/2013 06:12
O carnaval deverá movimentar este ano, em todo o país, R$ 5,7 bilhões, superando a marca de R$ 5,5 bilhões registrada em 2012, de acordo com projeção do Departamento de Estudos e Pesquisas do Ministério do Turismo. À frente da disputa pelos 6,2 milhões de turistas que devem curtir o carnaval nas cidades que investem na folia de rua estão prefeituras, governos estaduais e empresas privadas.
O governo de Pernambuco investirá este ano R$ 20 milhões no carnaval, um excelente negócio caso se repita a arrecadação, para os cofres estaduais, observada no carnaval do ano passado, de R$ 700 milhões. Serão financiados 300 shows nos 18 polos oficiais da folia no estado, sendo R$ 3,5 milhões somente para os festejos de rua em Recife e em Olinda.
Mesmo com tanto dinheiro, muitos blocos passam longe dos recursos. É o caso do Enquanto Isso, na Sala da Justiça, que vai para o seu 18; desfile. Em 2012, a agremiação reuniu 50 mil foliões fantasiados de super-heróis e vilões. O bloco não tem patrocínio para o desfile. Este ano, a Sala da Justiça, como é chamado, fechou parceria com uma marca de biscoito e uma de cerveja, mas somente para a prévia do carnaval, uma festa fechada, com ingresso pago, onde as empresas realizam ações promocionais. ;É da prévia que vem o dinheiro para pagar os custos dos blocos mais modernos. Alguns blocos antigos não contam com esse mecanismo de arrecadação e são apoiados com verbas públicas;, explica Lula Portela, assessor da agremiação. Na prévia 2013, foram vendidos 12 mil ingressos, com preços entre R$ 40 e R$ 80.
O Galo da Madrugada, maior bloco de Recife ; que disputa com o Cordão da Bola Preta, do Rio, o título de ;maior bloco do mundo; ;, que deverá reunir este ano mais de 2 milhões de foliões ao som de ritmos pernambucanos, não divulga a origem de seus recursos. ;É uma política do bloco, não falamos sobre valores gastos ou patrocinadores nem da origem dos recursos;, explica o presidente do Galo, Rômulo Meneses.
A principal patrocinadora do carnaval de rua do Rio de Janeiro, em 2013, é uma cervejaria. ;Com o caderno de encargos, não há investimento público: eles montam a infraestrutura que solicitamos no caderno, além da decoração de duas das principais vias da cidade, em troca do uso de sua marca;, informou a Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro (Riotur), por meio de nota. Além disso, a Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro investiu R$ 575 mil no apoio a 152 blocos da capital e do interior. O Cordão da Bola Preta, mais tradicional e maior agremiação de rua do Rio de Janeiro, espera atrair cerca de 2,5 milhões de foliões ao centro da cidade com apenas R$ 200 mil em caixa. Além de verbas da Riotur e da secretaria, o bloco conta com um único investidor privado, uma rede de TV aberta. ;Mais recursos poderiam significar a entrada de elementos de cenografia, melhorias nos equipamentos dos carros de som, mas, no momento em que você começar a mercantilizar o bloco, ele perde a identidade. Fazemos economia de guerra para botar o bloco na rua, mas não cedemos ao marketing agressivo;, afirma o presidente do Bola Preta, Pedro Ernesto Marinho.
Na Bahia, o investimento estadual será de mais de R$ 60 milhões, dos quais R$ 29,6 diretamente na folia e R$ 32 milhões em segurança pública. As verbas para atrações gratuitas serão distribuídas entre as 130 atrações gratuitas espalhadas pela cidade. A folia pagas dos trios elétricos, com os tradicionais abadás e cordões de isolamento, não recebe dinheiro público. ;Nosso foco principal é tornar o carnaval mais participativo, mais diversificado. O governo aluga trios elétricos e oferta a artistas que não estão dentro de blocos e não possuem patrocínio, para levar diversão ao folião pipoca;, explicou o governador Jaques Wagner, por meio da assessoria de imprensa.