postado em 09/02/2013 08:00
O clima de carnaval já contagiou a capital federal. O Pacotão iniciou as festividades ontem, com o lançamento do boneco do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, e das camisetas e dos CDs vendidos pelo grupo, formado, inicialmente, por jornalistas na década de 1970.A passeata com a caricatura foi feita em frente ao Setor de Diversões Sul (Conic) enquanto os veteranos foliões tocavam marchinhas compostas pelos organizadores do bloco. As principais são: Pacotão e as piriguetes, de Cicinho Filisteu; Caganeira de Lula, de Wilsinho Red; e O Pib da Dilma, de Murilo sem Grilo e Joka Pavaroti. A principal característica é a critica social e política. A camiseta será vendida durante todo o carnaval por R$ 15. Ela é azul e tem referências a Brasília, como uma caricatura da presidente Dilma, do arquiteto Oscar Niemeyer e uma figura da Torre Digital. Embaixo, vem a frase: ;No mar azul de Niemeyer, o Pacotão surfa na contramão;.
Já o CD, com 13 faixas, custa R$ 10. A gravação foi realizada pelo próprio Pacotão. ;Tudo aqui nós fazemos juntos. O boneco, por exemplo, tem 4 metros e é feito de papel machê. Cada um ajudou um pouquinho, até mesmo minha mulher;, explicou José Antônio Filho, 62 anos, um dos organizadores. ;O Pacotão começou porque Brasília era morta no carnaval, principalmente durante a ditadura militar. Por isso, os jornalistas decidiram investir no bloco. A nossa principal bandeira é mostrar as deficiências de cada governo ,e fazemos isso de forma sarcástica, nas marchinhas e nas faixas;, continuou Filho.
Também designer, Amâncio da Silva, 64 anos, vai fantasiado de Roberto Carlos na festa. ;É uma oportunidade de os brasilienses presenciarem uma festa divertida e, ao mesmo tempo, com cunho político;, disse. Wilson Veleci, 49 anos, não é jornalista, mas participa do Pacotão há mais de 10 anos. ;Comecei a concorrer com marchinhas para eles e acabaram me convidando para organizar. Brincamos com diversos escândalos políticos, porém com nomes que não remetam diretamente aos envolvidos. Diversas vezes já tentaram nos processar, mas eles não têm argumentos;, lembrou o professor.
O repórter fotográfico Welber Lume, 44 anos, brinca no bloco há mais de 30 anos e criticou o boneco. ;Não deveríamos exaltar Joaquim Barbosa e sim ir contra ele. Apesar de tudo, o Pacotão é referência no carnaval da capital do país.;
O lançamento dos produtos carnavalescos ocorreu ontem, no fim da tarde, em frente ao Conic (Edílson Rodrigues/CB/D.A Press)