Carnaval2013

Bloco Gargalhada desfila com deficientes no Rio de Janeiro

Bloco da diversidade e da inclusão sai pelas ruas de Vila Isabel, berço de Noel Rosa

postado em 10/02/2013 11:57
Rio de Janeiro - Com o tema ;Eu juro que não sei de nada;, o bloco da diversidade e da inclusão, como é definido o Bloco Gargalhada, desfila neste domingo (10/2) à tarde pelas ruas de Vila Isabel, bairro da zona norte do Rio de Janeiro, berço do compositor Noel Rosa, que ali nasceu em 1910.

A marchinha campeã de 2013 ;Quem comeu o meu pudim?; venceu outras três músicas candidatas e foi composta por Waldir Lopes (deficiente visual), Osmar Junior (cadeirante) e Cheila Felton, diretora-geral da Comunidade Anjos de Visão. O bloco foi fundado em 2005 por Yolanda Braconnot, cujo filho Leonardo, deficiente auditivo, desfila como uma das ;madrinhas gargalhetes;, travestido na ;drag queen; Kitana McNew.

A concentração está marcada para as 15 horas, na Associação Atlética Vila Isabel (AAVI), localizada na Avenida 28 de Setembro, número 160. O desfile começará às 16 horas.

Ao contrário de anos anteriores, em que deficientes auditivos integraram a bateria, o bloco sai este ano com uma banda profissional e carro de som. ;A diferença é que agora a gente congrega muito mais deficientes;, disse à Agência Brasil a presidenta da agremiação. ;Criamos a figura das gargalhetes. Há uma gargalhete cadeirante, uma gargalhete cega, além da rainha Kitana McNew e da princesa Valeska, duas ;drag queens;, surdas;.

Como Yolanda preside também a AAVI, com o seu projeto de terceira idade ;Curtindo a vida;, este ano ela traz para o Bloco Gargalhada uma ala de idosos. No ano passado, o bloco contou com a participação de 150 pessoas com deficiências. A expectativa é que esse número aumente este ano. ;A cada ano cresce esse número: eles vão tomando conhecimento, por meio de outros colegas, que este é um bloco inclusivo;.

A grande bandeira do Gargalhada, sustentou Yolanda Braconnot, é a inclusão. ;Porque junto com os deficientes saem os demais foliões: é aquela bagunça de todo mundo junto e misturado. Não dá para distinguir quem é cego, quem é surdo: está todo mundo curtindo o carnaval;.

O bloco atraiu em 2012 em torno de 800 pessoas. Neste carnaval, a perspectiva é ampliar o número de integrantes. ;Os foliões vão entrando pelo caminho;.

O desfile deste carnaval terá como porta-bandeira e mestre-sala dois adolescentes ; Shirley e Dudu ; com Síndrome de Down. O estandarte do bloco, entretanto, é revezado com um cadeirante e um idoso. ;Ao longo do desfile, entram novos personagens;. Confirmando uma tradição, o bloco tem a presença de um intérprete de libras (linguagem dos sinais) em todas as suas apresentações, desde 2006. ;Somos o único bloco no Brasil com intérprete de libras;, disse Yolanda.

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