postado em 11/02/2013 17:15
Rio de Janeiro - As escolas de samba e blocos de rua exercem função social significativa ao absorver mão de obra qualificada, disse a presidenta da Associação de Mulheres Empreendedoras do Brasil (Amebrás), Célia Domingues, em entrevista à Agência Brasil. Fundada em 1998, a entidade atua no segmento do carnaval com a proposta de qualificar pessoas em diversas áreas e inserir esses profissionais no mercado de trabalho.A associação criou um banco de negócios e de oportunidades e fornece mão de obra capacitada às escolas de samba de todos os grupos, a produtoras de eventos, ateliês e empresas. Durante o ano, a associação ecoloca no mercado 62% da mão de obra que forma. Nos 15 anos de existência, a entidade já formou cerca de 22 mil pessoas, jovens e adultos, em diferentes profissões, como costureiras, bordadeiras, aderecistas e cenógrafos.
Leia mais notícias no Especial de Carnaval
;Vejo um incentivo de muito valor, importante, desde que seja uma capacitação com qualidade, que aproveite essa mão de obra posteriormente, porque as escolas são empregadoras;, diz Célia. Para ela, as agremiações precisam ser organizadas o suficiente para montar um quadro mínimo de prestadores de serviço fixos, que tenham trabalho durante todo o ano, já que o número de empregados das escolas aumenta consideravelmente a partir de dezembro até o carnaval.
;Desde que ela se organize, pode manter um quadro mínimo de prestadores de serviço, de profissionais, que vão trabalhando nos barracões, desmontando alegorias e fantasias, reaproveitando material e começando uma nova produção com calma e tranquilidade, para poder ter um aproveitamento melhor de material e um carnaval mais barato;.
A preparação do carnaval envolve vários tipos de profissionais, sendo que a maior parte deles nem aparece para o grande público, embora forme um grande exército. Além de costureiras, bordadeiras e aderecistas, há seguranças, eletricistas, cenógrafos, músicos, técnicos de informática, estilistas, chapeleiras, cabeleireiros, maquiadores, modelistas, técnicos de iluminação, motoristas, decoradores, marceneiros, soldadores, entre outros.
Essas pessoas são contratadas de acordo com a necessidade das escolas. Fora da época do carnaval, elas desempenham suas atividades em outros lugares, como na produção de eventos, desfiles e peças teatrais, cenografia para televisão. ;Elas acabam trabalhando em eventos que dependem também dessa mão de obra;, diz Célia.
No ano passado, devido ao incêndio que destruiu o barracão onde funciona a oficina da Amebrás na Cidade do Samba, somente 300 pessoas foram capacitadas. ;Mas, em 2010, atendemos 5 mil [pessoas];, lembra Célia. A associação também atua dentro das quadras das escolas de samba e monta oficinas em outros municípios fluminenses.