Eleições 2012

Fernando Haddad visita Dilma e Lula para celebrar conquista de domingo

Juliana Braga
postado em 30/10/2012 08:30

Haddad começou o tradicional beija-mão pela presidente Dilma, no Planalto
O prefeito eleito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), começou cedo a peregrinação de agradecimento pela vitória no último domingo. Logo pela manhã, iniciou seu beija-mão, começando pela presidente Dilma Rousseff e terminando, no fim da tarde, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Haddad chegou a afirmar que tiraria um período de descanso antes de se debruçar sobre a transição, mas já começou a tratar dos principais assuntos e hoje se reúne com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e com o prefeito Gilberto Kassab (PSD).

No encontro com Dilma, o novo prefeito tratou, ainda que superficialmente, de um dos principais problemas que terá de enfrentar à frente de São Paulo: a dívida do município. O débito de R$ 58 bilhões supera os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal e impede a prefeitura de contrair empréstimos. Essa é uma das prioridades de Haddad. ;Todos comungamos do mesmo objetivo, de fazer uma parceria em torno de todos os temas de interesse de São Paulo, e esse assunto é um assunto presente nas nossas conversas;, pontuou Haddad.

Durante o encontro, Dilma e Haddad também debateram sobre a criação de uma comissão de articulação de transição, no que diz respeito a questões federais. ;Acho que pode ser muito proveitoso que já haja um grupo de trabalho discutindo também as parcerias que foram anunciadas e que eu gostaria de ver implementadas na cidade o quanto antes, em torno dos eixos estruturais do meu plano de governo;, disse.



A peregrinação de Haddad seguiu rumo ao Ministério da Educação, pasta que comandava antes de se lançar candidato. Ele e a mulher foram recebidos com aplausos no auditório, por cerca de 200 funcionários. O prefeito não economizou elogios. ;Gostaria de dedicar a vocês essa vitória importante porque eu tenho certeza de que, em grande medida, foi um reconhecimento ao trabalho que vocês fizeram;, exaltou.

O novo prefeito de São Paulo terminou a celebração com Lula, em São Paulo: elogios
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, aproveitou a oportunidade para alfinetar a gestão tucana à frente de São Paulo, deixando implícito haver dificuldades para fechar convênios com o antecessor do petista. ;Nós finalmente poderemos fazer as creches que não conseguimos: 174 não foram concluídas. São R$ 250 milhões que a gente esperava ter investido nas crianças da cidade e que agora vamos trabalhar por essa parceria;, disparou.

De volta a São Paulo, Haddad anunciou qual será sua primeira medida: ordenar a desapropriação de terrenos para construir creches e hospitais. Nomes do secretariado somente serão definidos na semana que vem, depois de um breve período de descanso. Ele garantiu que os partidos que compuseram a aliança serão ouvidos, mas não se pronunciou sobre Paulo Maluf.



Por enquanto, só está definido quem conduzirá o processo de transição: o coordenador da campanha e presidente municipal do PT, André Donato. Ele participa hoje, às 18h30, do encontro com Alckmin e Kassab, no Palácio dos Bandeirantes. ;Tudo que for de São Paulo virá para São Paulo, nós queremos dividir o sucesso com o governador Alckmin inclusive. Todas as iniciativas do governo estadual na cidade de São Paulo contarão com meu apoio entusiasmado;, sustentou Haddad, no fim da tarde.

A romaria terminou no Instituto Lula, onde se encontrou com o articulador de sua campanha. Aproveitaram para comemorar e evitaram os assuntos da transição. André Donato também participou.

Avaliação
Terminada a eleição na maior cidade do país, o PT começa a avaliar os resultados e a projetar os freios de arrumação. Segundo o presidente da legenda, Rui Falcão, o partido deve se reorganizar e mudar a postura em relação às prévias. Segundo ele, será proposta, primeiro, uma tentativa de acordo, depois um encontro entre filiados para decidirem, e só depois, não havendo entendimento, as prévias.

Falcão afirmou também que o PT se dedicará a discutir as grandes reformas, como a política, em 2013. Ele minimizou o avanço de Eduardo Campos (PSB), mas reconheceu o amargo da derrota em Recife, onde Geraldo Júlio (PSB) se elegeu em primeiro turno. ;Do ponto de vista do PT, nós fazemos a avaliação maior de que não perdemos para a oposição, perdemos para um aliado;, disse. Ainda assim, se diz satisfeito com o resultado e acredita que é sinal de que o eleitor separou o partido do julgamento no mensalão. ;A sociedade falou em alto e bom tom que o PT não está e nunca esteve no banco dos réus;, disse.

Colaborou Grasielle Castro

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