postado em 22/09/2014 08:38
Em entrevista exibida nesta manhã de segunda-feira (22/9), a candidata à Presidência da República pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Dilma Rousseff, respondeu a diversas questões polêmicas e se defendeu novamente das acusações contra a Petrobras. Na sabatina feita pelo jornal Bom Dia Brasil, da Rede Globo, que vai ouvir os três principais presidenciáveis nesta semana, Dilma também criticou o plano de governo da adversária Marina Silva e falou sobre planos para melhorar a economia e a educação no país.Questionada sobre qual seria o posicionamento dela sobre as investigações de corrupção na Petrobras, Dilma tentou dividir o escândalo com a oposição. Lembrou que o ex-diretor de Abastecimento da empresa Paulo Roberto Costa, atualmente preso, também ocupou altos cargos em governos anteriores, como diretor da Gaspetro, subsidiária da Petrobras, no governo Fernando Henrique Cardoso (FHC).;Paulo Roberto Costa não foi escolhido fora dos quadros da Petrobras. Ele tem 30 anos de Petrobras;, afirmou. Ela defendeu o governo, ao afirmar que o escândalo só foi descoberto por conta da investigação feita pela Polícia Federal e pelo Ministério Público, órgãos subordinados a ela. ;Não varremos para baixo do tapete nenhuma das investigações. O Brasil precisa combater a corrupção de forma determinada. (...) Foi uma surpresa. Se eu soubesse que ele era corrupto, imediatamente teria demitido. Eu não compactuo com práticas criminosas de corrupção;, defendeu.
A candidata também voltou a criticar a adversária Marina Silva (PSB), comentando negativamente os planos de governo que pretendem, por exemplo, reduzir o papel dos bancos públicos e influenciar a autonomia do Banco Central. Dilma questionou como seria possível à candidata continuar a financiar infraestrutura para o país, mesmo sendo advertida de que estas afirmações já foram contestadas pelo procurador-geral Eleitoral, Rodrigo Janot, que fez uma recomendação ao Tribunal Superior Eleitora (TSE) para que a propaganda eleitoral de Dilma sobre o tema fosse retirado do ar, por entender que ;tem aptidão de criar, artificialmente, estados mentais, emocionais ou passionais no público;. ;É uma opinião dele. Tudo o que eu falo está no plano de governo da candidata;.
Sobre crise global e a recessão técnica do Brasil, Dilma ponderou que ;estamos num momento em que passamos um período de barriga para baixo da crise;. Usou crises econômicas e quedas nas taxas de crescimento ocorridas em outros países, como na China, por exemplo, para justificar o mau momento dos brasileiros. Ela ressaltou que o país está na ofensiva da crise, mantendo emprego, salário e investimento. ;Achamos que a gente tem de ver como é que evolui a crise. Se evoluir para o melhor, como nos Estados Unidos, o Brasil pode entrar numa boa fase, pode ficar mais entregue à dinâmica natural da economia;. A presidenciável ressaltou também a recuperação produtiva do país, pelo aumento da produção de petróleo pela Petrobras, principalmente no pré-sal. ;Petrobras já se recuperou e isso é imenso fator de crescimento do país. Toda a investigação [sobre corrupção na Petrobras] não compromete o ritmo de produção e de crescimento do pré-sal;, afirmou a candidata, que deve, em seu plano de governo, ;manter estímulos enquanto a crise for grave;.
Os índices ruins da educação no país foram contestados por Dilma, que citou programas voltados para a área, criados no governo dela, e aumento no número de estudantes universitários e no ensino técnico, na tentativa de justificar uma possível melhora no quadro educacional. Segundo dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) houve fraco desempenho na avaliação do ensino médio na análise por estados e a estagnação nas do ensino fundamental. ;O Brasil investe pouco em educação, mas estamos investindo muito mais do que investíamos antes. Sabemos que não tem recursos significativos para a educação e para isso fizemos um ótimo trabalho. Mudamos a Lei dos Royalties e do fundo do pré-sal para melhorar;, afirmou a presidenciável que cita como objetivo para os próximos quatro anos mais investimentos em creches, alfabetização e na implementação de ensino integral nas escolas.