Eleições 2014

Dilma e Marina trocam acusações sobre índices de degradação da Amazônia

Greenpeace vê riscos na gestão ambiental no país

postado em 24/09/2014 06:05
Dilma, na Cúpula do Clima da Organização das Nações Unidas: presidente elencou avanços na área

A presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição, disse que a candidata do PSB, Marina Silva, ;está mentindo; quando afirma que as taxas de desmatamento na Amazônia Legal não estão caindo. A reação da petista foi uma resposta às declarações da socialista feitas no último domingo, que ressaltavam o aumento da taxa e acusava a concorrente do PT de representar um ;retrocesso na agenda do desenvolvimento sustentável;. Ontem, Marina voltou a falar em retrocesso e ;políticas erráticas;. Para Dilma, houve um ;aumentinho; na taxa em 2013, mas ela assegurou que o país vai continuar a reduzir. Na avaliação do Greenpeace, entretanto, a tendência é de que o índice de desmatamento continue a crescer.

Após o discurso na Cúpula do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), Dilma disse aos jornalistas que os dados são ;excepcionais;. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o desmatamento cresceu 29% no ano passado. Ainda assim, o índice de 5.891km; de florestas destruídas é o segundo mais baixo da série histórica, iniciada em 1988. Esse número comparado ao de 2004 mostra uma queda de 79%. ;Se ela (Marina) está dizendo que não está caindo, está mentindo. Nós caímos, tanto no governo Lula em relação ao FHC quanto no meu caiu em relação ao governo Lula. Ninguém pode ficar estacionado. E o próximo terá que cair;, disse.

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Em sua defesa, a presidente elencou os avanços na área, como o compromisso voluntário de reduzir o desmatamento, e alfinetou Marina ao dizer que quer saber onde está o retrocesso. Dilma reconheceu que a socialista ;deu a contribuição dela;, mas disse achar ; interessantíssimo que os dados dela não são nada excepcionais;. ;Mas os nossos (dados), eu quero dizer, em termos internacionais, são excepcionais;, alfinetou.

Marina, que comandou o Ministério do Meio Ambiente entre janeiro de 2003 e maio de 2008, rebateu as críticas de Dilma e considerou lamentável a presidente não ter assinado a Declaração de Nova York Sobre Florestas (Leia mais na página 13)que prevê reduzir a zero o desmatamento até 2030. ;Dilma fez uma fala se reportando tão somente às conquistas já alcançadas do passado, não sinalizou nenhum compromisso para o futuro, que era o objetivo da cúpula, e ainda não assinou o acordo sobre proteção das florestas;, disse.

Em nota divulgada no site do Greenpeace, a entidade diz que dados recentes do Inpe apontam uma nova alta na taxa de desmatamento. Desta vez de 9%. Para o órgão, a redução nos últimos anos foi extremamente importante, mas está sob risco. ;O atual quadro não permite que o governo passe a impressão de que no Brasil o desmatamento está sob controle, e a lição de casa foi feita. Sob a batuta do atual governo, o Brasil não ruma para ser exemplo de modelo sustentável, como afirmou hoje a presidente Dilma na tribuna da ONU;, comenta o coordenador do Greenpeace, Márcio Astrini.

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