Pensando na confusão e na perda de votos que usar o nome Valeria Maria de Santana poderia acarretar, a artista MC Bandida entrou com um pedido para ter o direito de usar o nome pelo qual é conhecida popularmente. Em decisão individual, o ministro Gilmar Mendes, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), atendeu ao pedido da candidata, que passa oficialmente a ser MC Bandida nas urnas eleitorais.
A briga é antiga. De acordo com Bandida, foi necessário entrar com o pedido pelo menos três vezes para que a decisão fosse favorável. "Acredito que é meu direito ser reconhecida com o nome pelo qual meus eleitores me conhecem. Não faço apologia ao crime nem pratico esse tipo de delito, portanto não vejo problema nenhum", diz a candidata.
Caso seja eleita, ela prometeu fazer um projeto de lei para que o transporte público do DF funcione 24 horas. "Meu emprego fora dos palcos é como call center. As vezes meu namorado me leva para casa, mas eu sei o que é chegar na rodoviária do Plano Piloto depois do expediente e encontrá-la vazia", reclama. Outra ideia é a valorização dos artistas iniciantes, que, assim como a MC, têm pouco tempo de carreira. "A vida é muito difícil para quem está começando. A classe merece um estímulo", promete.
Esta não é a primeira vez que o TSE autoriza o uso de nomes pelos quais os candidados são conhecidos. Por isto, no entendimento de Gilmar Mendes, recusar os argumentos da MC Bandida poderia provocar dúvida nos eleitores. Ele sustentou ainda que é preciso garantir que o resultado das urnas reflita a verdadeira vontade da população.
A funkeira ganhou fama quando apareceu, seminua, usando uma máscara em protesto contra a corrupção em frente ao Congresso Nacional. Em entrevista ao Correio, ela reconheceu que alguns eleitores poderiam se atrair pelos atributos físicos que possui. Na campanha, reforça que é ficha limpa.