Eleições 2014

Vinte e oito políticos do DF que tiveram candidaturas impugnadas fazem campanha até a conclusão dos casos

Quadro de incerteza pode alterar resultados das urnas, incluindo transferência de votos

Helena Mader
postado em 26/09/2014 06:00

Enquadrado na Lei da Ficha Limpa, o distrital Aylton Gomes (PR) aguarda posição da Justiça Eleitoral sobre o registro da candidatura à reeleição; Perci Marrara (PCO) concorre ao GDF enquanto aguarda decisão do TSE e Dedé Roriz (PRTB) teve problemas com prestação de contas antigas

A nove dias das eleições, 28 candidatos do Distrito Federal que tiveram o registro impugnado pela Justiça ainda estão em situação indefinida. Caso eles continuem barrados ao fim do processo judicial, os respectivos votos serão anulados. A indefinição pode causar reviravoltas nos resultados das eleições, especialmente na disputa para a Câmara Legislativa.

Entre os impugnados que recorreram e continuam na campanha, estão candidatos com chances de votação expressiva, como o atual distrital Aylton Gomes (PR), que tenta a reeleição. Em maio deste ano, o parlamentar foi condenado em segunda instância por improbidade administrativa, por envolvimento na Operação Caixa de Pandora. Com isso, Aylton está enquadrado na Lei da Ficha Limpa.



O Ministério Público impugnou a candidatura do representante do PR, e o Tribunal Regional Eleitoral do DF acatou os argumentos, barrando o registro do distrital. A defesa de Aylton recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e o caso será relatado pela ministra Maria Thereza de Assis Moura. Mas não há previsão de quando entrará em pauta ; o que pode ocorrer somente depois das eleições ou mesmo após a posse.

Aylton Gomes concorre sub judice. ;Se ele for eleito, e caso haja uma manutenção da impugnação em todas as instâncias, os votos serão anulados, ou seja, não serão válidos para a coligação ou para a legenda;, explica o professor do Uniceub Fabrício Juliano, integrante da Comissão de Direito Eleitoral da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

O advogado de Aylton Gomes, Bruno Martins, acredita que o processo do parlamentar pode entrar na pauta do TSE antes das eleições, na semana que vem. Ele explica que, caso o recurso ordinário seja rejeitado, a defesa apresentará embargos de declaração ao TSE. ;Paralelamente, estamos trabalhando no STJ para anular a decisão do Tribunal de Justiça do DF que o condenou por improbidade administrativa. A defesa acredita que tem muitos elementos para conseguir uma liminar;, comenta o advogado.

Arrecadação

Apesar de ter perspectivas quase nulas de uma vitória no TSE, que consolidou jurisprudência sobre a validade da Lei da Ficha Limpa, Aylton aposta na campanha. Desde o início da corrida eleitoral, ele arrecadou R$ 91,4 mil e gastou R$ 92,6 mil.

Bloco dos incertos

Candidatos barrados pelo TRE e que recorreram (candidaturas indeferidas com recurso)

A governadora
; Perci Marrara (PCO)

A vice-governador

; Gilson Dobbin (PCO)

A deputado federal

; Sílvio dos Santos (PDT)
; Mauro Rogério (PMDB)

A distrital
; Aylton Gomes (PR)
; Dedé Roriz (PRTB)
; Dimas Júnior (Pros)
; Cintia Aquino (PHS)
; Cris Martins (PHS)
; Augusto Soares (DEM)
; Daniel Carvalho (PSC)
; Fabrícia (PT)
; Magal Exterminador de Insetos (PTdoB)
; Cowboy Rodrigues (PSL)
; Adibe Mecânico (PV)
; Pedreira Neles (PV)
; Evaldo Raulino (Pros)
; Josué de Souza (PRB)
; Dr. Juarez de Paula (PMN)
; Sargento Leal (PP)
; Mazurki (PTN)
; Rafael Vasconcellos (PDT)
; Rozi Costa (PPS)
; Sandra Leite (PCB)
; Professora Vandercy (PMDB)
; Vitor do Bred (PSD)

Candidatos liberados pelo TRE, mas com recurso contrário do Ministério Público

A distrital
; Adenir Boiadeiro (PCO)
; Vera Brasil (DEM)

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação