Paulo de Tarso Lyra
postado em 27/09/2014 08:05
O anúncio da Polícia Federal da abertura de uma sindicância interna para apurar a revista feita por agentes no avião de campanha do candidato ao governo do Maranhão, senador Edison Lobão Filho (PMDB-MA), não encerrou a tensão provocada pelo episódio. A sindicância foi determinada pelo diretor-geral da PF, Leandro Daiello Coimbra, no fim da tarde de ontem, pouco depois de uma reunião da presidente Dilma Rousseff com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. No PMDB, a ordem é ;esperar o fim da investigação para avaliar politicamente as relações com o PT;, segundo um porta-voz da legenda.[SAIBAMAIS]O episódio também gerou desgastes internos. A Associação Nacional dos Delegados da PF divulgou nota defendendo a ação, comandada pelo delegado Paulo de Tarso Cruz Viana Júnior. E não poupa críticas ao PMDB, partido ao qual Lobão Filho é filiado, especialmente após as notas divulgadas pelo vice-presidente Michel Temer e pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), condenando o episódio. Temer chegou a dizer que a ação dos agentes foi intimidatória.
;A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) manifesta apoio ao Delegado de Polícia Federal Paulo de Tarso Cruz Viana Júnior. A repercussão dada ao episódio é própria e comum ao período eleitoral e é natural que alguns partidos façam uso político de fatos que nada mais são do que o regular trabalho de Polícia Judiciária Eleitoral atribuído legalmente à Polícia Federal;, afirma a nota assinada pela Associação. Adversário de Lobão Filho na disputa pelo Palácio dos Leões, Flávio Dino (PCdoB) fez coro com a entidade e atacou a reação peemedebista ao episódio. ;Absurda essa intimidação do PMDB sobre a Polícia Federal. Será que tem algo a ver com as delações de Paulo Roberto Costa e o doleiro Youssef?;, escreveu Dino em uma rede social.
A sindicância interna anunciada por Daiello terá 30 dias (prorrogáveis por mais 30) para identificar se houve abuso na operação. Se isso for constatado, poderá ser aberto um processo administrativo disciplinar, cujas consequências são advertência, suspensão, destituição de cargo ou função comissionada e até demissão. ;Uma das coisas que a gente tem de ter como garantia num processo eleitoral é de que os órgãos do governo não sejam usados em prol de um ou outro candidato;, afirmou Dilma.
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