Eleições 2014

Três principais candidatos à Presidência programam maratona na reta final

Além de focar as agendas de rua nos grandes colégios eleitorais, Dilma, Marina e Aécio intensificarão ataques na tevê

Paulo de Tarso Lyra
postado em 27/09/2014 08:03
Dilma se reuniu com blogueiros e voltou a falar em regulação da mídia
Último fim de semana de campanha, os principais candidatos ao Palácio do Planalto vão depositar suas apostas nos maiores colégios eleitorais do país. São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais são paradas quase que obrigatórias. Tanto a presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), quanto o candidato do PSDB, senador Aécio Neves (MG), marcarão presença nesses estados. A candidata do PSB, Marina Silva (PSB), deixa Minas fora da agenda de compromissos, mas adiciona Pernambuco, estado do seu ex-colega de chapa Eduardo Campos, e Acre, seu estado natal. Os programas eleitorais também serão turbinados nesta etapa final. Eles serão voltados especialmente para aqueles candidatos que ainda estão indecisos e os que, apesar de já terem escolhido em quem votar, ainda estão vulneráveis.

As campanhas dos presidenciáveis correm para reverter ou consolidar os votos nos próximos dias porque, embora o pleito ocorra só no domingo, o período permitido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para a campanha de rua, como comícios, encerra na quinta-feira (veja quadro). Na sexta, ainda é permitida a veiculação de propaganda paga em jornais, revistas e na reprodução desses materiais na internet. Na véspera, um dos poucos atos permitidos é a entrega de panfletos e carreatas com carros de som.

[SAIBAMAIS]Com seis dias para intensificar os trabalhos em atos públicos, aliados dos partidos se mobilizam para pedir votos para o maior número possível de eleitores. O PT de São Paulo organizou uma extensa programação diária em várias cidades do estado, sempre puxadas por personalidades do partido, como ministros e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A presidente Dilma reforça o corpo a corpo na segunda-feira. Ao lado de Lula, do ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, candidato ao governo do estado, e da ministra da Cultura, Marta Suplicy, a presidente participa de um comício no Campo Limpo. Os ajustes finais para as mobilizações dos filiados foram acertados ontem em uma reunião entre Dilma, Lula e coordenadores de campanha.

O Rio Grande do Sul, que receberia a visita da petista hoje, foi cortado da lista para permitir maior preparação para o debate da TV Record, amanhã. Este evento, que une os três principais candidatos, é visto pela campanha da petista como o momento de fazer a diferença. As imagens feitas no debate serão usadas nos programa eleitorais da presidente ; repetindo a estratégia de outros embates no rádio e tevê. A tática de desconstrução de Marina, considerada pela campanha como uma das responsáveis pela queda da ex-ministra nas pesquisas, também segue firme nos próximos dias.

Apostas nos artistas

A intensificação dos trabalhos da campanha de Marina Silva já foi iniciada, com o mote de mobilização. A ideia é incentivar os militantes a atrair o maior números possível de pessoas com chamados mostrando a ampla base de apoiadores da ex-senadora. A proposta começou com a exibição de simpatizantes, como o ator Marcos Nanini. Personalidades, como artistas e intelectuais, também serão escaladas para mostrar a mobilização em torno da ex-ministra em um evento na terça-feira, em São Paulo. A agenda da candidata inclui ainda paradas no Rio de Janeiro e em Pernambuco, onde ela participa, na segunda-feira, de um ato com a família do ex-candidato à Presidência Eduardo Campos, morto em um acidente em agosto.

Outra vertente da campanha da socialista é a desconstrução de Dilma. O candidato a vice-presidente na chapa da socialista, Beto Albuquerque, iniciou campanha para desmentir a presidente e mostrar promessas não cumpridas. O mesmo tom crítico será usado por Aécio Neves. Os programas eleitorais seguirão o molde dos últimos, com críticas ao governo Dilma e às propostas de Marina, com foco na semelhança entre as duas e ênfase na apresentação do candidato e no discurso de que ele representa a verdadeira mudança. O esforço final do candidato estará focado nos maiores colégios eleitorais, onde ele está em baixa, mas avaliações internas indicam possibilidade de crescimento. Há ainda a possibilidade de incluir outro estado no roteiro. A aposta em São Paulo, por exemplo, será tentar colar na imagem do governador do estado, Geraldo Alckmin (PSDB), líder nas pesquisas para reeleição. Em Minas, o tucano aposta na tradição no estado, onde foi governador e se elegeu senador. Cada ponto percentual conquistado nestes colégios eleitorais significa um salto considerável no conjunto eleitoral.

Proibições
Terça-feira (30/9) - 5 dias antes
A partir de terça até 48 horas depois do encerramento da eleição, nenhum eleitor poderá ser preso ou detido, a não ser em flagrante de delito, em sentença por crime inafiançável ou desrespeito ao salvo- conduto.

Quinta-feira (2/10) - 3 dias antes

Último dia para a campanha pública, como propaganda gratuita eleitoral e debates nas redes de rádio e tevê, além de comícios e circulação de carros de som.

Sexta-feira (3/10) - 2 dias antes

Último dia para a divulgação de propaganda eleitoral paga na imprensa escrita e a reprodução na internet do jornal impresso.

Sábado (4/10) - Véspera
Até as 22h, ainda é permitido fazer propaganda eleitoral por alto-falantes ou amplificadores de som, entregar panfletos e promover caminhadas, carreatas e passeatas.

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