Eleições 2014

Eduardo Jorge e Levy Fidelix aceitam convocação para doação de sangue entre presidenciáveis

Campanha incentiva presidenciáveis a doar sangue na última semana antes das eleições. O projeto visa incentivar a doação de sangue em período eleitoral, fase em que propagandas institucionais são proibidas

postado em 30/09/2014 19:19

Movimento Político Sangue Bom/ Facebook/ Reprodução

Iniciada há dez dias nas redes sociais, a campanha Político Sangue Bom - iniciativa de um grupo de amigos de São Paulo - incentiva os presidenciáveis a doar sangue e gravar um vídeo para motivar eleitores e colegas de partido a adotarem a causa. Mais importantes que as curtidas nas redes sociais são as doações efetivas, ressalta a organização.

A reportagem do Corrreio entrou em contato com as assessorias dos presidenciáveis e obteve resposta de Eduardo Jorge, Luciana Genro e Levy Fidelix. A assessora pessoal do candidato do PV, Lêda Aschermann, disse que o candidato apoia o projeto, já que é médico. Enfermeira e sanitarista, ela se comprometeu a participar da campanha, caso Eduardo não possa. Aschermann justificou que a agenda do candidato está lotada


Campanha incentiva presidenciáveis a doar sangue na última semana antes das eleições. O projeto visa incentivar a doação de sangue em período eleitoral, fase em que propagandas institucionais são proibidas

Levy Fidelix (PRTB) assumiu publicamente o apoio à causa. O coordenador de comunicação da campanha de Luciana Genro (PSOL) disse ter conversado com os realizadores do Político Sangue Bom. A socialista aprova o plano, mas devido a conflitos em sua agenda não poderá colaborar. O representante do Pastor Everaldo (PSC) alegou que o presidenciável está no Rio de Janeiro e ficará por lá até domingo (05/9), dia de votação e apuração do resultado do pleito. Os comitês de Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PSB) e Aécio Neves foram contatados, mas não responderam.

Segundo a legislação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a propaganda institucional deve ser evitada em época de eleição, inclusive as convocações dos bancos de coleta de sangue. A medida evita que o governo se beneficie com os informes publicitários, que podem representar mais um artifício de campanha eleitoral. Para uma disputa eletiva mais igualitária, o governo não pode promover ações sociais. A regra é infringida somente em casos emergenciais, como, por exemplo, em campanhas de vacinação.

Os paulistanos abraçaram a ideia ao perceberem que alguns hemocentros de São Paulo sofriam com a diminuição do número de doadores durante esse período. A Fundação Pro-Sangue de São Paulo afirmou que a decisão do TSE reflete no banco de reservas de bolsas de sangue, cuja redução ainda não é preocupante. "Deixamos de alimentar o Facebook e de divulgar programas de mobilização popular", acrescenta a assessoria. De acordo com a Fundação, houve queda de 15% em relação à meta de arrecadação estabelecida. A estimativa para os últimos meses seria de 12,5 mil bolsas. Foram arrecadadas 10,7 mil. O movimento Político Sangue Bom pretende inverter estes dados e intensificar o engajamento popular e partidário.

A Fundação Hemocentro de Brasília (FHB-DF) relatou que os bancos sanguíneos não estão escassos. No período eleitoral, a promoção de doações é feita internamente. As próprias pessoas que já doam são informadas da necessidade de coleta. Há um núcleo de captação que auxilia no abastecimento dos hospitais em épocas de grande demanda, como ocorreu na Copa do Mundo.

A turma da capital paulista não irá se limitar à internet. A intenção do grupo é visitar cada banco de coleta da cidade e difundir boca a boca a importância da doação de sangue. O movimento quer abarcar não só os presidenciáveis, mas também deputados, senadores e governadores que passarem para o segundo turno.

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