Eleições 2014

Último debate na TV deverá ser o encontro mais agressivo entre presidenciáveis

Os candidatos preparam-se para uma guerra hoje, a partir das 22h50

Paulo de Tarso Lyra
postado em 02/10/2014 06:04
A depender do nível de tensão das equipes dos presidenciáveis ao longo do dia de ontem, o último debate entre os candidatos ao Planalto, marcado para hoje à noite, na TV Globo, será o encontro mais agressivo de todos os que ocorreram até o momento. Mais do que nunca, a candidata do PSB, Marina Silva, estará no centro dos ataques de Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB), ambos com esperanças matemáticas distintas. A petista vai se empenhar para decidir a eleição no domingo. O tucano terá no confronto direto uma chance real para ser ele, e não a socialista, a cacifar-se para a disputa de segundo turno no fim de outubro.

Os candidatos preparam-se para uma guerra hoje, a partir das 22h50. A presidente Dilma Rousseff passou a quarta-feira reunida no Palácio da Alvorada com o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante; da Previdência Social, Carlos Gabbas; da Comunicação Social, Thomas Traumann; e com o coordenador de mídias sociais da campanha, Franklin Martins. Checou e rechecou dados e números. Continuará o treinamento intensivo hoje, no hotel em que estará hospedada no Rio de Janeiro.

;Vamos bater na incoerência da Marina. Deu certo até agora, para que mudar? Teremos uma parte reservada para o Aécio também;, admitiu um aliado da presidente. A campanha está munida com trackings internos que mostram Dilma com uma vantagem de oito pontos percentuais no segundo turno sobre Marina e 19 à frente de Aécio. ;Nas nossas pesquisas internas, Aécio segue crescendo. Claro que, se ele se sair excepcionalmente bem no debate, ganha fôlego. A rigor, esse encontro vale muito mais para ele que para nós;, explicou um interlocutor dilmista.

Desconstrução
Aécio fez campanha ontem em São Paulo mas, no fim da tarde, reuniu-se com o QG da campanha. Os articuladores apontaram muito pouco para as armas que o tucano empunhará na noite de hoje. ;O segredo para qualquer estratégia dar certo é a surpresa;, despistou um assessor aecista. Candidato a vice na chapa do PSDB, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) declarou ao Correio que o embate direto se dá com mais eficiência no segundo turno do que no primeiro. ;O modelo atual de debate prejudica a discussão política porque o encontro está cheio de candidatos que não são uma opção real para o eleitorado;, acrescentou.

De qualquer maneira, Aloysio ressaltou que a tática de desconstrução de Marina e de associá-la ao PT de Dilma Rousseff deu certo e que, por isso, não serão alterados o tom crítico e a agressividade para que a mensagem seja assimilada pelos eleitores e telespectadores.

A preocupação do estafe marineiro é com a voz da candidata. Desgastada pela longa campanha presidencial, a candidata socialista já apareceu com a fisionomia cansada, e seus aliados atribuíram a isso o resultado abaixo do esperado no debate da TV Record. Segundo o coordenador-geral da campanha, Walter Feldmann, ela vai ficar estudando hoje para com ele, ao lado de João Paulo Capobianco e Eduardo Gianetti da Fonseca.

Estava prevista para o início da noite de ontem uma reunião para discutir estratégia em um eventual segundo turno. O Correio apurou que o comando da campanha admite que faltou ;militância ao longo do primeiro turno;. Além disso, alguns socialistas reclamaram que Marina demorou muito tempo para responder aos ataques e que, em uma campanha curta como é o segundo turno, a presidenciável precisará ser mais ágil nas reações.

Colaborou Daniela Garcia

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação