Na despedida da propaganda eleitoral de tevê na hora do almoço, a candidata do PSB, Marina Silva, subiu o tom. Depois de uma série de programas intensamente propositiva, com o argumento de não se render à velha política, a ex-senadora partiu para o ataque e, sem citar o nome, chamou a presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, de mentirosa.
Em discurso de dois minutos, feito para uma platéia pequena, Marina começa dizendo que sonhou em deixar de ser analfabeta e que aprendeu na prática o que é diversidade. ;Quem não foi nem vereadora e vira presidente do país, não entende isso. Come pela boca do marqueteiro, come pela boca do assessor. Não me venha chamar de mentirosa. Mentira é quem diz que não sabe que tinha roubo na Petrobras. Mentira é quem diz que não sabe o que está acontecendo na corrupção deste país;, discursou.
[SAIBAMAIS]Na terça-feira, a presidente Dilma Rousseff disse que Marina não votou pela aprovação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), como tem dito. ;Levantamos que, nas duas ocasiões, a candidata Marina votou ;não; e disse na minha frente e de todo Brasil que tinha votado ;sim;. Não é verdade", argumentou a presidente. "É muito importante que as pessoa assumam o que fazem. Errar é humano, mas mentir é desvio de caráter", acrescentou.
No programa de despedida de hoje, a presidente, entretanto, deixou os ataques de lado. Com uma abordagem de defesa do seu governo, repleta de propaganda, o programa de 14 minutos apresentou propostas, com o slogan de ;governo novo, ideias novas;, e apostou na imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para enaltecer a candidatura da pupila. ;Segundo mandato é melhor que o primeiro. Tive mais segurança, mais experiência e mais apoio para projetos que estão em andamento. Tenho certeza que com a Dilma vai ser assim também. Ela está com muito gás, energia e ideias de futuro para botar o país para frente;, disse o ex-presidente aos telespectadores.
Em referência aos adversários, a presidente ressaltou que os candidatos dizem que vão fazer mudanças, mas questionou aos eleitores se eles lembram de alguma proposta concreta. A declaração da petista faz referência às pesquisas de opinião feitas após as manifestações de junho do ano passado, em que mais de 70% dos entrevistados afirmaram querer mudanças nos país.
Nos seus 4 minutos, o candidato do PSDB, Aécio Neves, mencionou em momentos diferentes as duas principais adversárias e se apresentou como o único capaz de promover as mudanças que os brasileiros pedem, ;um Brasil que volte a nos trazer esperança;. Ele lembrou que a presidente era presidente do conselho da Petrobras na época em que Paulo Roberto Costa, acusado de participar de esquema de lavagem de dinheiro e fraude em licitação, era diretor de abastecimento.
Em outro momento, a propagando mostrou que enquanto Marina cai nas pesquisas, Aécio sobe. O candidato a vice na chapa do tucano, senador Aloysio Nunes, também apereceu na gravação. Ele contou sua trajetória de virada nas eleições para o Senado. ;Tive a experiência de ter pulado de terceiro para o primeiro lugar numa virada sensacional. Chegou a hora da virada nessa eleição. Ninguém suporta mais nem Dilma nem o PT;, disse, em um apelo aos indecisos.