postado em 04/10/2014 08:06
De 9%, antes do início da campanha presidencial no rádio e na tevê, a fatia de indecisos no país caiu para 5%, de acordo com as pesquisas mais recentes divulgadas às vésperas do primeiro turno. Para entender as diferentes estratégias adotadas por quem não tinha candidato definido na largada da corrida eleitoral, o Correio revisitou quatro entrevistados em reportagem publicada em agosto, quando o índice dos que não sabiam em quem votar no Brasil chegava a quase 10%. Eles mostram, cada um a seu modo, que nenhum aspirante ao Planalto conseguiu encantá-los. Mesmo assim, chegaram a um nome, que não será divulgado para evitar interpretações equivocadas de que seria propaganda a favor ou contra qualquer candidato.
Pedro Henrique Flores Constâncio, bancário de 26 anos, conta que usou basicamente a internet para se decidir. O jovem sentiu falta de propostas interessantes para melhorar a mobilidade urbana das grandes e médias cidades em todas as campanhas. Na falta do tema, avaliou outras questões, como o manejo de resíduos sólidos e a situação econômica para fazer a escolha. Apesar de estar certo do próprio voto, Pedro afirma que determinadas posturas do candidato em questão, na área dos direitos humanos, o deixaram preocupado. ;Mas são coisas muito pontuais, que não vão atrapalhar a realização dos compromissos realmente importantes para o Brasil;, diz. O jovem ressaltou que notícias sobre corrupção acabaram influenciando na definição de um nome.
O servidor público federal Sérgio Soares Carvalho, 41 anos, intensificou o hábito de ler colunistas e blogueiros que tratam de política. ;Por meio dos artigos, pude organizar as ideias e chegar a uma escolha;, conta. Além disso, ele buscou textos sobre a trajetória profissional dos candidatos, para averiguar a experiência e o preparo de cada um para ocupar o posto mais alto do país. Atento à movimentação do governo na condução da economia, acompanhou de perto os debates em relação à autonomia e à independência do Banco Central. ;Na ânsia de dramatizar para convencer o eleitorado, eles abriram mão do conteúdo lógico que deveria estar presente nessa discussão. Isso é ruim;, diz.
Mariléa da Silveira Rabello, pensionista de 59 anos, assistiu ao último debate, na noite de quinta-feira, apenas para firmar sua convicção. Por pouco, não decidiu fazer o mesmo que em 2010: anular o voto. ;Este ano, quero contribuir para a realização de mudanças no país;, afirma. Ela se diz decepcionada com tanta promessa, em todas as esferas de governo, não cumpridas. Foi nisso que Azanate Rodrigues, empresária do ramo de artesanato, amparou-se para escolher em quem depositará a confiança amanhã. Ela afirma que procurou saber quais realizações os candidatos deixaram pelos locais por onde passaram como políticos e gestores. ;Eu me preocupei ao ver índices de rejeição elevados, mas não levei isso como um critério definitivo para definir meu voto;, diz.
A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.