A eleição terminou em 13 unidades da Federação no primeiro turno. Na lista, estão os três maiores colégios eleitorais do país: São Paulo, Minas Gerais e Bahia. Uma das mais surpreendentes trocas de poder foi decidida pelos mineiros, que mantinham o PSDB no poder há 16 anos. O PT conseguiu eleger pela primeira vez um governador, o ex-ministro Fernando Pimentel. A derrota de Pimenta da Veiga (PSDB) no estado tira um palanque importante para o candidato tucano à Presidência, Aécio Neves, que teve o eleitor mineiro como forte aliado na arrancada final ao segundo turno.
[SAIBAMAIS]Embora a vitória em Minas tenha sido importante para a legenda, o PT amargou mais uma vez derrota em São Paulo. No grande colégio eleitoral do país, os petistas não conseguiram emplacar o nome de Alexandre Padilha. Com a reeleição de Geraldo Alckmin, o estado está mais uma vez nas mãos do seu maior rival: o PSDB governa desde 1994. São Paulo também seria um palanque de peso para a candidata à reeleição, presidente Dilma Rousseff (PT).
A legenda de Dilma elegeu cinco governadores em 2010. Pode agora chegar a sete estados, com os quatro em que está no segundo turno. Em dois deles, Ceará e Rio Grande do Sul, a disputa é com o PMDB, do vice-presidente da República, Michel Temer. No último, José Ivo Sartori (PMDB) e Tarso Genro (PT) desbancaram a grande favorita no início da campanha, a senadora Ana Amélia (PP). Quinto maior colégio eleitoral do país, o eleitorado gaúcho é importante para os dois partidos.
Apesar de manter o controle na maior unidade da Federação, o PSDB não vai conseguir aumentar o número de estados conquistados. Em 2010, elegeu oito governadores e, este ano, pode apenas repetir o feito. A legenda saiu vitoriosa em dois no primeiro turno. Além de São Paulo, Beto Richa foi reeleito no Paraná. Uma das apostas do partido na reta final é garantir a reeleição de Marconi Perillo em Goiás.
O PSB não conseguiu o mesmo sucesso das eleições municipais de 2012, quando foi o partido que mais cresceu número de prefeitos eleitos. Considerando o segundo turno, ele tem a chance de chegar a cinco estados, um a menos que 2010. A legenda conseguiu uma reviravolta em Pernambuco. Depois da morte de Eduardo Campos (PSB), em 13 de agosto, Paulo Câmara (PSB) decolou e desbancou Armando Monteiro (PTB), que aparecia com o favorito até o acidente aéreo.
DEM
Ao menos nos governos estaduais, o DEM sai dessas eleições repetindo o fracasso do partido nas disputas municipais de 2012, quando saiu menor do que entrou. Em 2010, a legenda havia conquistado dois governos. Este ano, não conseguiu nenhum estado. No Rio Grande do Norte, onde poderia tentar a reeleição da governadora Rosalba Ciarlini, desistiu da disputa. Ela tem uma das piores avaliações entre os chefes de Executivo estadual do país.
O DEM quase conseguiu uma importante vitória na Bahia, onde Paulo Souto se manteve na primeira colocação até a reta final da campanha. Na última semana, Rui Costa (PT), que aparecia nas pesquisas com uma distância considerável de Souto, arrancou e levou a eleição em primeiro turno.
Entre os nanicos, o PCdoB elegeu ontem Flávio Dino no Maranhão. Foi uma conquista importante para a sigla, que não teve nenhum governador em 2010. O PDT também pulou de nenhuma vitória há quatro anos para uma neste ano. O eleitor do Mato Grosso escolheu o senador Pedro Taques (PDT) para o comando do estado. E o PR tem a chance de conquistar o governo do Distrito Federal com a disputa de Jofran Frejat no segundo turno.
Candidato / % votos
ACRE
Tião Viana (PT) 49,73
Márcio Bittar (PSDB) 30,10
ALAGOAS
Renan Filho (PMDB) 52,16
Biu Benedito de Lira (PP) 33,91
AMAPÁ
Waldez (PDT) 42,18
Camilo Capiberibe (PSB) 27,53
AMAZONAS
Eduardo Braga (PMDB) 43,15
José Melo (PROS) 43,04
BAHIA
Rui Costa (PT) 54,53
Paulo Souto (DEM) 37,39
CEARÁ
Camilo (PT) 47,81
Eunício (PMDB) 46,41
DISTRITO FEDERAL
Rollemberg (PSB) 45,23
Jofran Frejat (PR) 27,97
ESPIRITO SANTO
Paulo Hartung (PMDB) 53,44
Casagrande (PSB) 39,34
GOIÁS
Marconi Perillo (PSDB) 45,86
Iris Rezende (PMDB) 28,40
MATO GROSSO
Pedro Taques (PDT) 57,25
Lúdio Cabral (PT) 32,45
MATO GROSSO DO SUL
Delcidio (PT) 42,92
Reinaldo Azambuja (PSDB) 39,09
MARANHÃO
Flavio Dino (PC do B) 63,53
Lobão Filho (PMDB) 33,69
MINAS GERAIS
Fernando Pimentel (PT) 52,98
Pimenta da Veiga (PSDB) 41,89
PARÁ
Helder Barbalho (PMDB) 49,88
Simão Jatene (PSDB) 48,48
PARAÍBA
Cassio Cunha Lima (PSDB) 47,44
Ricardo Coutinho (PSB) 46,05
PARANÁ
Beto Richa (PSDB) 55,67
Requião (PMDB) 27,56
PERNAMBUCO
Paulo Câmara (PSB) 68,08
Armando Monteiro (PTB) 31,07
PIAUÍ
Wellington Dias (PT) 63,08
Zé Filho (PMDB) 33,25
RIO GRANDE DO NORTE
Henrique Alves (PMDB) 47,33
Robinson Faria (PSD) 42,04
RIO GRANDE DO SUL
José Ivo Sartori (PMDB) 40,40
Tarso Genro (PT) 32,57
RIO DE JANEIRO
Luiz Fernando Pezão (PMDB) 40,57
Marcelo Crivella (PRB) 20,26
RONDÔNIA
Confúcio Moura (PMDB) 35,86
Expedito Júnior (PSDB) 35,42
RORAIMA*
Suely Campos (PP) 38,51
Chico Rodrigues (PSB) 34,93
SANTA CATARINA
Raimundo Colombo (PSD) 51,36
Paulo Bauer (PSDB) 29,90
SÃO PAULO
Geraldo Alckmin (PSDB) 57,31
Paulo Skaf (PMDB) 21,53
SERGIPE
Jackson Barreto (PMDB) 53,52
Eduardo Amorim (PSC) 41,37
TOCANTINS
Marcelo Miranda (PMDB) 51,30
Sandoval Cardoso (SD) 44,72
Resultados divulgados pelo TSE até as 23h59 horas de ontem.
*Na apuração do TSE não foram computados os votos de Suely Campos (PP), que, segundo o TRE-RR, teve 38,51% dos votos e foi ao segundo turno