postado em 06/10/2014 06:10
A experiência e a visibilidade adquiridas por ministros da presidente Dilma Rousseff não garantiram passe livre para as primeiras colocações nas disputas estaduais. De acordo com o resultado das urnas, dos cinco ministros que deixaram os cargos em abril para embarcar na corrida eleitoral, dois foram vitoriosos ; como candidatos ao governo e a vice, em Minas Gerais ;; um conseguiu ir para o segundo turno, no Rio de Janeiro; e dois ficaram em terceiro lugar entre os postulantes aos governos do Paraná e de São Paulo.A disputa no Paraná prometia ser acirrada com a presença da ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann (PT). Nos quase três anos em que esteve no Planalto, a senadora licenciada ficou à luz dos holofotes. Participou ativamente da articulação política do governo e monitorou o andamento de cada obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e pretendia usar todo esse conhecimento durante a campanha. A estratégia, entretanto, foi abalada pela própria articulação do partido. Na convenção do PMDB, o senador Roberto Requião atrelou o apoio da legenda estadual à Presidência a sua independência para concorrer ao
governo do Paraná. Na disputa, Requião desbancou Gleisi, e a polarização se deu entre ele e o governador reeleito, Beto Richa. Nem mesmo a tentativa de usar a imagem do ex-presidente Lula na campanha foi suficiente para melhorar os números de Gleisi.
Também foi ineficaz o apadrinhamento do ex-presidente a Alexandre Padilha, em São Paulo. Lula participou de comícios e caminhadas ao lado do candidato petista ao governo paulista, mas ele não decolou. O ex-ministra da Saúde de Dilma, que deixou o governo com o trunfo de criador do Programa Mais Médicos nas mãos, era a esperança do partido para quebrar a hegemonia do PSDB no maior colégio eleitoral do país.
[SAIBAMAIS]Já o ex-ministro da Pesca Marcelo Crivella (PRB) no Rio enfrentou uma batalha à parte. Os principais adversários dele também faziam parte da base do governo. Ainda assim, ele teve um destino melhor que o dos outros ex-colegas de governo e foi escolhido para enfrentar o atual governador, candidato à reeleição, Luiz Fernando Pezão (PMDB), no segundo turno.
A única chapa que não amargou o destino dos outros herdeiros da administração Dilma Rousseff foi a que concorreu ao governo de Minas Gerais, formada por Fernando Pimentel (PT) e Antonio Andrade (PMDB), ex-ministros do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior e da Agricultura, respectivamente. A dupla conseguiu por um ponto final à história de 12 anos do PSDB no poder. O ex-prefeito de Belo Horizonte foi um dos poucos candidatos a finalizar uma eleição no primeiro turno, com a vitória sobre Pimenta da Veiga (PSDB).