postado em 06/10/2014 06:02
Os resultados nas urnas indicam que o nome Roriz não tem mais tanto peso quanto no passado. Dos vários candidatos ligados à família do ex-governador Joaquim Roriz (PRTB), apenas a filha caçula, Liliane Roriz (PRTB), conseguiu obter sucesso ao se reeleger à Câmara Legislativa do DF. E, ainda assim, o desempenho da distrital ficou muito aquém do previsto. De quinta mais votada em 2010, quando quase 22 mil eleitores optaram por ela, agora, Liliane conseguiu um discreto 11; lugar, com 16.745 votos. Antes, a parlamentar tinha sido indicada para ser vice na chapa de Arruda, mas desistiu da vaga e preferiu tentar a reeleição.
[SAIBAMAIS]Além disso, Jaqueline Roriz (PMN), outra filha do ex-governador, considerada ficha suja pela Justiça Eleitoral, desistiu da candidatura à reeleição no mesmo dia em que Arruda saiu da campanha (13 de setembro). O caminho dela, teoricamente, seria tranquilo, pois tinha sido a terceira mais votada em 2010, com mais de 100 mil votos. Mas surgiu a Lei da Ficha Limpa no meio do caminho. O jeito foi colocar o próprio filho na disputa. Com nome forte ; Joaquim Roriz, como o avô ;, a ideia era de que ele poderia vencer com facilidades. O próprio ex-governador pediu votos para o neto. Não adiantou. O jovem acabou com 29.481 votos, o 14; mais votado. Pelo menos, é o primeiro suplente da coligação.
Outro nome tradicional do clã derrotado nas urnas foi o distrital Paulo Roriz (PP), que também tentava a reeleição. Sobrinho de Joaquim Roriz, ele brigou com o tio e chegou a ocupar cargo no governo Agnelo Queiroz (PT), mas acabou se reaproximando da família recentemente. Não pediu votos para o petista e fez campanha mais próxima de Arruda e Frejat. Não adiantou, teve 10.096 votos ; muito abaixo dos 16.762 de 2010 ; e ficou apenas em 32; lugar.
Dia do aliado
Quem nunca saiu de perto da família do ex-governador foi Jofran Frejat. O nome dele saiu de uma indicação da família Roriz para compor a chapa de Arruda ; e mais tarde se tornar o candidato principal. Ontem, o ex-deputado federal chegou à seção, na 18; zona eleitoral, no Sigma do Lago Sul, por volta das 10h, acompanhado da esposa, Denise Nunes Martins Frejat, e da filha mais nova. Tranquilo, recebeu apoio dos eleitores, fez fotos e aguardou a vez para votar. O colégio estava vazio e, por isso, não enfrentou fila. Entrou na seção e realizou a leitura biométrica com rapidez. Dirigiu-se à urna eletrônica e digitou o número dos candidatos que escolheu em 44 segundos. No entanto, a saída de Frejat da escola foi marcada por um tumulto. O fiscal Frederico Barreto, da coligação PSB/PDT/PSD/SD, discutiu com o candidato e correligionários dele.
Barreto se irritou com a aglomeração de apoiadores e jornalistas na saída do Sigma e disse a Frejat que a situação poderia ser caracterizada como boca de urna. Frejat pediu respeito, argumentou sobre a posição como candidato e foi embora. Alguns simpatizantes do PR permaneceram no local e bateram boca com o fiscal. Aos jornalistas, Barreto disse estar preocupado com o bom andamento do processo eleitoral. ;Uma aglomeração de mais de seis pessoas pode ser considerada boca de urna;, afirmou o fiscal.
16.745: Quantidade de votos obtida por Liliane Roriz, única do clã que conseguiu ser eleita.