Nathália Cardim
postado em 06/10/2014 19:08
Cerca de 50 toneladas de lixo produzido no processo eleitoral, como santinhos e planfletos, foram recolhidas no Distrito Federal no dia de ir às urnas e nesta segunda-feira (6/10). De acordo com o Serviço de Limpeza Urbana do Distrito Federal (SLU), os garis devem levar até três dias para retirar toda a sujeira da capital. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-DF) informou que, em três meses, apreendeu 350 toneladas de publicidade eleitoral irregular em todo o DF.
Ceilândia, o maior colégio eleitoral do DF, com mais de 280 mil pessoas aptas a votar, foi a região que registrou o maior número de materiais de divulgação das campanhas jogados próximo aos locais de votação tem o maior colégio eleitoral do DF. Segundo o SLU, só no domingo, cerca de 300 funcionários participaram da limpeza de lixo eleitoral e retiraram 20 toneladas de lixo das ruas. Hoje, o número aumentou para três mil trabalhadores, que recolheram outras 30 toneladas.
Para o diretor de limpeza urbana do SLU, Delival Lemos de Souza, o objetivo principal é limpar totalmente a região central e as principais avenidas das Regiões Administrativas. ;Queremos evitar que o material se espalhe e pare nas bocas de lobo para não causar problemas mais graves;, explica. Ele comenta que este é um ano atípico. ; Houve um aumento de 30% em relação a última eleição de material jogado nas ruas. Os funcionários estão realizando a limpeza para que até quarta-feira, a gente entregue a cidade totalmente limpa para a população;, afirma.
Lixo espalhado
O dia de trabalho da gari Vera Lúcia de Araújo, 31, começou às 7h. ;Está muito sujo. Tenho a impressão que levaremos muitos dias para conseguir limpar tudo. A gente varre, bate o vento e espalha a sujeira novamente;. Para ela, os cabos eleitorais deveriam ter mais respeito por quem faz a limpeza. ;Todos podem apoiar seus candidatos sem sujar a cidade;, diz.
Apesar da grande quantidade de garis trabalhando nas ruas, a servidora pública Rebeca Carmo Olivetto, 34, diz que ainda há muito lixo acumulado em todos os lugares. Ela mora próximo a um colégio que recebe seções de votação no Guará 2 e acha que a sujeira não estará completamente limpa em poucos dias: ;Esse é um serviço complicado e que demanda uma grande atenção. Vai demorar para limpar tudo.;
O aposentado Ulisses Paranagua, 57, também se sentiu incomodado com o material de campanha jogado nas ruas. ;Um absurdo. No domingo quando saí para votar registrei a sujeira e divulguei nas redes sociais como forma de protesto;, defende. ;É um desrespeito com a população e principalmente com quem faz a limpeza. A cidade ficou imunda;, reclama.
Propagandas móveis
Segundo o TRE, o número de apreensão de publicidade eleitoral, como faixas, placas e cavaletes superou três vezes a quantidade recolhida nas eleições de 2010. O Distrito Federal foi o que mais teve irregularidades no uso de publicidade eleitoral neste ano. Na capital foram retiradas 350 toneladas de propaganda das ruas, enquanto em São Paulo, maior colégio eleitoral do país, essa quantidade foi de 170 toneladas. Os materiais de campanha apreendidos nas ruas, serão destinados para entidades de reciclagem de lixo.