Paulo de Tarso Lyra, Daniela Garcia
postado em 08/10/2014 06:00
Só falta o anúncio oficial. A candidata do PSB à reeleição, Marina Silva, divulgou nota no meio da tarde de ontem afirmando que os demais partidos da coligação unidos pelo Brasil ; incluindo a Rede ; estão concluindo as consultas internas para definir os rumos a tomar no segundo turno das eleições presidenciais. Mas quase todos os obstáculos para uma aliança com o PSDB de Aécio Neves foram superados, restando apenas a dúvida quanto ao posicionamento dos candidatos do PSB aos governos estaduais e que ainda disputarão o segundo turno.
[SAIBAMAIS]O primeiro item da nota oficial da coligação é quase explícito: ;Os resultados das eleições refletiram uma posição de insatisfação com as condições existentes no Brasil expressando sentimentos de mudanças;. A nota também afirma que a própria Marina participará do debate direto em torno da decisão. E ressalva que ;as opiniões individuais de cada partido, dirigentes e lideranças políticas das agremiações neste momento de construção devem ser respeitadas, mas não refletem em nenhuma hipótese a opinião da ex-candidata;.
O PSB reúne hoje a executiva nacional para tomar uma decisão. Mas os pernambucanos ligados a Renata Campos, viúva de Eduardo Campos, já definiram o apoio aos tucanos. Ontem mesmo, eles viajaram para São Paulo para um encontro, no início da noite, com a sonhática. A avaliação é de que o PT e o PSB locais travaram duelos muito duros na história política recente, incluindo a disputa pela prefeitura do Recife em 2012 (vencida pelo socialista Geraldo Júlio), ao Senado (na qual Fernando Bezerra Coelho derrotou o petista João Paulo) e para o Palácio das Princesas (vitória de Paulo Câmara sobre o petebista Armando Monteiro, apoiado pelo PT pernambucano).
Por isso, não faria sentido, neste momento, o PSB declarar apoio à reeleição de Dilma Rousseff. Aécio ligou ontem para Renata Campos para mensurar o humor do grupo. Foi delicado no trato e ouviu a resposta de que ela não trataria diretamente desse assunto. Que ele entrasse em contato com o prefeito Geraldo Júlio e o governador eleito, Paulo Câmara. Foram eles, justamente, que ao lado do presidente do PSB de Pernambuco, Sileno Guedes, viajaram para São Paulo para comunicar a Marina a decisão da aliança.
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