Eleições 2014

Empresa dona de avião apreendido pela PF funciona em escritório virtual em Brasília

Polícia Federal abriu inquérito policial para apurar a origem dos R$ 116 mil apreendidos na aeronave

postado em 08/10/2014 17:28
O avião modelo bimotor turboélice prefixo PR-PEG, flagrado na noite desta terça-feira (7/10) pela Polícia Federal transportando R$ 116 mil em espécie que estavam em posse do empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, e do ex-assessor dos Ministérios da Saúde e das Cidades Marcier Trombiere, está registrado em nome da empresa Bridge Participações SA. A empresa, fundada em janeiro de 2011, em Brasília, funciona num escritório virtual administrado pela BR-Offices. O Correio esteve no local nesta quarta-feira e as recepcionistas disseram que não estavam autorizadas a comunicar o telefone comercial da Bridge.

Benedito e Marcier prestaram depoimento na Polícia Federal, que abriu inquérito policial para apurar a origem do dinheiro. Na pré-campanha presidencial de 2010, Bené esteve envolvido em denúncias de produção de dossiês contra tucanos com a quebra de sigilos fiscais de integrantes do PSDB. Bené aparece como sócio de sete empresas, sendo quatro gráficas que faturaram R$ 214 milhões entre 2004 e 2010. O empresário também é sócio de uma construtura, de uma empresa de promoção de eventos e de uma distribuidora de vinhos.

O ex-assessor dos Ministérios da Saúde e das Cidades Marcier Trombiere trabalhou na campanha de Fernando Pimentel (PT), governador eleito de Minas Gerais no primeiro turno. A assessoria de Pimentel informou, por meio de nota, que não pode se responsabilizar pela conduta de fornecedores. A coligação Minas para Você informou que Trombiere prestou serviços de comunicação para a campanha e a Gráfica Brasil Editora e Marketing foi contratada para trabalhos gráficos.



O presidente do PT, Rui Falcão, se pronunciou hoje sobre o episódio. "Soube que prenderam cento e poucos mil reais num evento ligado à campanha do deputado eleito Bruno Covas e isso não leva a fazer qualquer vínculo dessa apreensão com o parlamentar. Se aprenderam esse dinheiro, é preciso saber que não é crime transportar dinheiro, desde que se explique a origem. É preciso perguntar para esse empresário se ele explicou a origem. Não venha colocar isso na conta do PT", declarou.

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