Eleições 2014

Avião apreendido com R$ 116 mil esteve em vários municípios do interior de Minas Gerais

postado em 10/10/2014 06:03

O empresário Bené embarca no avião: ele faturou mais de R$ 214 milhões do governo entre 2004 e 2010

O avião apreendido em Brasília pela Polícia Federal com R$ 116 mil em espécie, que transportava o empresário ligado ao PT Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, e o ex-assessor do Ministério das Cidades Marcier Trombiere, que prestaram serviços para a campanha de Fernando Pimentel (PT), esteve em cidades do interior de Minas Gerais nos últimos meses. Foram registrados voos para os municípios de Montes Claros, Patos de Minas, Curvelo e Juiz de Fora. A aeronave também esteve em Vitória, no Espírito Santo, em Goiânia e no Rio de Janeiro.

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O turboélice de prefixo PR-PGE está registrado em nome da empresa Bridge Participações S.A., fundada em 2011, com sede em Brasília, com apenas R$ 2 mil de capital social. De acordo com certidão simplificada da junta comercial do Distrito Federal, o diretor presidente é Ricardo Santos Guedes e o adjunto Alexandre Santos Guedes.

Os dois aparecem como sócio na empresa AR Construtora e Mineradora LTDA, que funciona em um imóvel de um prédio residencial do Sudoeste. O Correio esteve no local ontem à tarde, mas a sala estava trancada. Não havia ninguém. A Bridge, de acordo com a junta comercial, ainda conta com a participação do contador do Rio Grande do Sul José João Appel Mattos.

A Coligação Minas Pra Você, liderada por Fernando Pimentel, informou que o candidato não viajou na aeronave durante a campanha eleitoral. O Correio questionou se o petista já utilizou o avião antes do período eleitoral, no entanto, a assessoria de imprensa declarou que não havia como responder.

Investigação
A Polícia Federal abriu inquérito para investigar a origem do dinheiro apreendido. Ligado ao PT, Bené se envolveu na pré-campanha presidencial de 2010. Antes de ingressar na campanha de Pimentel, Trombiere, funcionário aposentado do Banco do Brasil, chefiava a comunicação do Ministério das Cidades. Os dois, outro passageiro, o piloto e o co-piloto da aeronave foram abordados por agentes da PF assim que aterrissaram em Brasília.

Com Trombiere, os policiais encontraram pouco mais de R$ 6 mil em espécie, mais de mil no bolso e o restante no bolso da parte exterior de sua mala. A grande parte do dinheiro, em mochilas, pertencia a Bené. Assim que o avião decolou de Belo Horizonte, a PF recebeu uma denúncia anônima que apontava que uma aeronave de pequeno porte chegaria a Brasília com oito malas de dinheiro a ser utilizado em uma campanha eleitoral.

Defesa
Trombiere disse que estava se preparando para pegar um voo de carreira no momento em que foi convidado por Bené para uma carona no avião. ;Como sofri um infarto há pouco mais de um ano e tive uma frustração de atendimento em um hospital em Brasília, desde então, carrego comigo uma quantia em dinheiro e também uma folha de cheque para eventual emergência. Desse modo, tinha comigo pouco mais de um mil reais na carteira e R$ 5 mil na bolsa na parte exterior da mala sacados da minha conta na Caixa Econômica Federal, de recursos do meu FGTS, pagos por ocasião da minha aposentadoria;, explicou.

R$ 2 mil
Capital social registrado pela empresa Bridge Participações S.A., dona da aeronave

Avião de Eunício faz pouso forçado

O avião que transportava o candidato a governador do Ceará Eunício Oliveira (PMDB) teve uma pane em uma das turbinas na tarde de ontem. Eunício estava acompanhado da mulher, Mônica Paes de Andrade, em um voo que saia de Brasília a Fortaleza. Segundo a assessoria do candidato, a pane aconteceu 40 minutos depois da decolagem. O piloto voltou ao aeroporto de origem e fez um pouso forçado para evitar maiores problemas. Eunício disputa o segundo turno com Camilo Santana (PT).

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