Eleições 2014

Carlos Siqueira será o futuro presidente do PSB em chapa única

A escolha vem no sentido de tentar apaziguar o partido com os integrantes históricos que defenderam a neutralidade no segundo turno da campanha presidencial e, ainda, o senador João Capiberibe, do Amapá, o único a optar por Dilma Rousseff (PT)

postado em 10/10/2014 07:07
Carlos Siqueira, que tinha se afastado da campanha, assumirá o partido
O secretário-geral do PSB, Carlos Siqueira, será o futuro presidente do partido em chapa única. O nome foi fechado nessa quinta-feira (10/10) de manhã entre os que defenderam o apoio ao tucano Aécio Neves na Comissão Executiva Nacional da legenda. Paulo Câmara será o primeiro-vice-presidente. Recém-eleito goverandor de Pernambuco, Câmara venceu a disputa estadual no primeiro turno.

A escolha vem no sentido de tentar apaziguar o partido com os integrantes históricos que defenderam a neutralidade no segundo turno da campanha presidencial e, ainda, o senador João Capiberibe, do Amapá, o único a optar por Dilma Rousseff (PT).

O nome de Siqueira agrada aos pernambucanos, que, diante da vitória estrondosa do último domingo, pretendiam lançar o prefeito do Recife, Geraldo Júlio, à presidência do partido. Também é aceito pelo grupo que defendeu a neutralidade. Afinal, tem ligações históricas com o PSB.

[SAIBAMAIS]Siqueira é pernambucano, trabalhou com Miguel Arraes e era braço direito do ex-presidente da sigla Eduardo Campos em Brasília, como chefe da representação do governo de Pernambuco. Depois, quando Eduardo Campos deixou o governo para se lançar à corrida presidencial, Siqueira ficou na executiva partidária, na função de coordenador da campanha à Presidência da República.

Quando Eduardo Campos morreu no acidente aéreo em Santos (SP, em 13 de agosto, Carlos Siqueira se afastou da campanha presidencial porque se desentendeu com a então candidata Marina Silva (PSB). O mal- estar começou quando Marina não colocou Siqueira no grupo que comandaria a campanha presidencial. Irritado e abalado pela morte de Eduardo, ele se isolou depois de um bate-boca com Marina.

Pressão

A escolha de Siqueira se deu depois que o presidente em exercício do PSB, Roberto Amaral, comunicou aos aliados dentro do partido que, diante da votação favorável ao apoio a Aécio Neves, não teria condições políticas de permanecer à frente da agremiação. Ele tinha tentado assumir a presidência do PSB antes do primeiro turno, mas, diante dos apelos de Renata Campos, viúva de Eduardo Campos, adiou a reunião do diretório para 13 de outubro, a próxima segunda-feira.

A ideia inicial de uma parcela expressiva dos socialistas era reeleger Amaral, mas, no momento em que ele quis levar o partido a apoiar Dilma ou, na melhor das hipóteses, deixar a legenda neutra no segundo turno, perdeu terreno. Roberto Amaral foi convidado a presidir a Fundação João Mangabeira. Ainda não respondeu se aceitará.

;Os partidos que apoiaram Marina SIlva no primeiro turno, em sua maioria, já declararam apoio a nós. Falta o apoio explícito da Marina, o que é natural, já que ela é uma liderança tradicional, de peso, que teve 22 milhões de votos no primeiro turno;
José Agripino Maia (DEM-RN), senador e coordenador da campanha de Aécio Neves (PSDB)

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