Eleições 2014

Dilma diz que exploração eleitoral de suposta propina na Petrobras é "leviana"

A petista convocou coletiva de imprensa para afastar danos das denúncias da sua campanha de reeleição. Ela defendeu a apuração

postado em 10/10/2014 15:32
Depois da repercussão negativa dos depoimentos do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef, a presidente Dilma Rousseff (PT) convocou coletiva de imprensa, nesta sexta-feira (10/10), para tentar afastar possíveis danos das acusações à sua campanha de reeleição. A petista repetiu que tem "tolerância zero" com a corrupção e defendeu uma apuração rigososa das denúncias de pagamento de propina ao PT, PMDB e PP por empreiteiras com contratos na empresa. [SAIBAMAIS] A presidente disse que foi surpreendida pelo conteúdo dos depoimentos e relacionou a divulgação das denúncias ao período eleitoral. "Acho muito estranho e muito estarrecedor que, no meio de uma campanha eleitoral, façam esse tipo de divulgação. Acredito que, para o Brasil, é muito importante, para que de fato a gente combata a corrupção, que a gente não deixe uma coisa se misturar com a outra. Que haja de fato interesse legítimo, real, concreto de punir corruptos e corruptores. Agora, que não se use isso de forma leviana em períodos eleitorais e de forma incompleta, porque nós não temos acesso a todas as informações", disse. Ela repetiu discurso que tem usado durante a campanha de que não aceita corrupção em seu governo. "Queria reafirmar que tenho tolerância zero com a corrupção ou com qualquer outro tipo de irregularidade", disse Dilma. A petista disse que, como presidente, "tomou medidas para que garantir que nem a Polícia Federal nem o Ministério Público, no que se refere ao procurador-geral da República, tivessem aparelhamentos e fossem induzidos nessa ou naquela direção". A presidente aproveitou para atacar o PSDB, de seu adversário nas urnas, Aécio Neves. "Quero lembrar que nem sempre foi assim no Brasil. A Polícia Federal foi aparelhada sim. Foi dirigida durante um tempo por pessoas que tinham filiação ao PSDB", disse. A petista completou lembrando que o ex-procurador-geral da República Geraldo Brindeiro, que atuou durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), ficou conhecido como engavetador-geral da República. Em depoimento à 13ª Vara Federal, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa disse também que o Partido dos Trabalhadores ficava com 2% a 3% dos valores dos contratos superfaturados na empresa. Segundo seu depoimento, o PT era o partido que tinha mais diretorias na estatal e, por isso, o que recebia mais recursos por meio de corrupção em contratos com as maiores empreiteiras do país.

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