Eleições 2014

Aécio promete investigar denúncias de corrupção na Petrobras caso seja eleito

O tucano criticou a posição de Dilma, que disse estar estarrecida com a divulgação de trechos dos depoimentos durante o período eleitoral

postado em 10/10/2014 22:04
O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, voltou a comentar hoje (10) o depoimento do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef nas ações penais que investigam o esquema de corrupção deflagrado pela Operação Lava Jato da Polícia Federal. O tucano conversou com jornalistas em um hotel na zona sul do Rio, antes de gravar seu programa eleitoral, e criticou posição manifestada pela presidenta Dilma Rousseff, que, em entrevista dada nesta sexta, se disse estarrecida com a divulgação de trechos dos depoimentos durante o período eleitoral.

;A presidente deu uma declaração que considera estarrecedor o vazamento de depoimentos. Eu considero estarrecedor os depoimentos, essa confissão de crime cometido sucessivamente e de forma contínua ao longo dos 12 anos. Assaltaram a maior empresa brasileira, nas barbas do governo, e não há sequer uma reação de indignação da presidente. Ela está indignada com o vazamento, não está indignada com os depoimentos.;

Aécio disse que é preciso responsabilidade para não se fazer acusações sobre a participação de outros integrantes do governo no escândalo, mas frisou que, se for eleito, irá fundo nas investigações sobre as denúncias de corrupção na estatal. ;Eu tenho que ter muita responsabilidade ao fazer qualquer tipo de acusação. Agora nós estamos vendo que a corrupção se institucionalizou no seio de nossa maior empresa. É o tesoureiro do PT, que sustenta a estrutura partidária, acusado de receber esses recursos desviados da corrupção. É preciso que essas investigações avancem, essa primeira delação não pôde incluir nome de pessoas com foro privilegiado. O que eu posso dizer é que, se eleito presidente da República, nós vamos a fundo nessas investigações. Vamos estimular todos esses órgãos, que já cumprem o seu dever constitucional, para que as investigações possam ir no limite do que seja necessário e que todos, absolutamente todos, os responsáveis sejam processados e os culpados, exemplarmente punidos.;

Hoje, a Justiça Federal em Curitiba divulgou nota esclarecendo que os depoimentos de Costa e Youssef foram tomados, na última quarta (8), em uma ação penal pública e que, portanto, não foram vazados. De acordo com a direção da Seção Judiciária do Paraná, a tramitação das ações penais oriundas da Operação Lava Jato não podem ser confundidas com a delação premiada assinada por Costa e Youssef, cujo conteúdo é sigiloso.

Sobre a disputa no segundo turno, Aécio Neves a classificou de melancólica e lamentou o que chamou de tentativa da presidenta Dilma em dividir o brasil. ;Acho que é triste. Chega a ser melancólico o início deste segundo turno, onde a presidente da República prefere, talvez por não ter outros argumentos, ir naquela velha e perversa tentativa de divisão do Brasil entre nós e eles, entre Nordeste e Sudeste, entre Norte e Sul. A quem isso serve? Apenas ao projeto de governo do PT. É triste ver a presidente da República, que deveria ter exatamente esta responsabilidade de manter o país coeso, para que todos se sentissem irmanados, querendo transformar os brasileiros em inimigos, dentro do nosso próprio território.;

Mais cedo, em decisão que autorizou a Polícia Federal, a Petrobras e a Controladoria-Geral da União (CGU) a investigarem as declarações prestadas pelo ex-diretor da Petrobras e o doleiro, o juiz Sérgio Moro, da 13; Vara Federal de Curitiba, responsável pela investigação, criticou insinuações de que houve vazamento do conteúdo do depoimento com objetivos eleitorais. ;Os depoimentos prestados na última audiência na ação penal pública não foram ;vazados; por esta corte de Justiça ou por quem quer que seja. A sua divulgação, ainda que pela imprensa, é um consectário normal do interesse público e do princípio da publicidade dos atos processuais em uma ação penal na qual não foi imposto segredo de Justiça;, explicou.

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