Paulo de Tarso Lyra
postado em 13/10/2014 08:32
As eleições presidenciais deste ano marcam duas décadas da polarização entre PT e PSDB. A disputa teve início em 1994, ano em que o presidente da República era Itamar Franco, o país tinha recém-conquistado o tetracampeonato de futebol nos Estados Unidos e Ayrton Senna havia morrido meses antes em um acidente em Ímola, na Itália. O PT tinha 14 anos de existência e o PSDB, apenas seis. Após o impeachment do primeiro presidente eleito desde a redemocratização ; Fernando Collor, então no PRN ;, o Brasil conhecia a disputa particular das duas legendas, ainda novatas, mas que se transformaram, a partir dali, no centro gravitacional do complexo sistema político partidário brasileiro.
Durante o primeiro turno da campanha presidencial, a candidata do PSB ao Planalto, Marina Silva, afirmou que era preciso colocar um fim à polarização PT e PSDB, que, para ela, havia proporcionado resultados ruins ao país. Não é o que pensam alguns comentaristas políticos ouvidos pelo Correio. ;Essa rivalidade é salutar para o país, e ela só acontece porque nem petistas nem tucanos conseguem se entender em São Paulo;, afirmou o analista político do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antonio Augusto de Queiroz.
Essa incapacidade de diálogo entre as regionais paulistas dos dois partidos impede conversas que ocorreram pouco após o impeachment de Collor e que chegaram a ser aventadas quando o PT chegou ao poder, uma década depois: uma fusão entre petistas e tucanos. ;Se isso acontecesse, teríamos um PRI brasileiro;, declarou, citando o Partido Revolucionário Institucional mexicano, que governa o México por 70 anos.
Toninho afirma ainda que, como a polarização gerou também uma alternância das duas legendas no governo federal, os dois partidos passaram a ser mais responsáveis política e economicamente, ressalvando as devidas nuances de atuação. ;Não há dúvidas de que, se voltar à oposição ; e isso acontecerá mais cedo ou mais tarde ; o PT será contudente, mas responsável do ponto de vista fiscal;, completou Toninho.
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