Eleições 2014

Por unanimidade, Carlos Siqueira assume a presidência do PSB

Em discurso, impresso no formato de um livreto, Siqueira mencionou os nomes de Miguel Arraes, Roberto Amaral e Eduardo Campos, que o antecederam no cargo de presidente do PSB

Daniela Garcia
postado em 14/10/2014 08:00
Em decisão unânime, Siqueira assume a presidência da legenda

O PSB oficializou nessa segunda-feira (14/10) a troca de comando, confirmando a saída do ex-ministro da Ciência e Tecnologia do governo Lula Roberto Amaral da presidência da sigla. A chapa única para o comando da legenda, encabeçada por Carlos Siqueira, ex-primeiro-secretário geral, foi aclamada por unanimidade, em reunião no Hotel Nacional.

Contrário ao apoio ao tucano Aécio Neves no segundo turno das eleições ; decisão tomada pela Executiva da sigla na última quinta-feira por 21 votos a sete ;, Amaral havia assumido interinamente o cargo após a morte do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, em 13 de agosto. Siqueira assume o posto depois de ter abandonado a equipe de campanha socialista à Presidência, no primeiro turno, quando Marina Silva se tornou a cabeça de chapa.

Em entrevista coletiva após ser eleito, Siqueira afirmou que o PSB não negociou cargos, em troca de apoio da campanha tucana. ;É uma absoluta impropriedade dizer que a direção do partido está tratando com Aécio Neves sobre a ocupação de cargos. Temos por hábito fazer aliança programática, aliança em torno de ideias, em torno de compromissos.;

Nem Roberto Amaral nem a ex-prefeita Luiza Erundina compareceram à reunião. O ex-presidente do partido publicou, no último sábado, carta dizendo que o PSB ;traiu a luta de Campos; ao apoiar Aécio e que a legenda ;jogou no lixo; o legado de seus fundadores. No texto, ele defende apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), que, segundo ele, é a ;única; alternativa para a esquerda.



Em discurso, impresso no formato de um livreto, Siqueira mencionou os nomes de Miguel Arraes, Roberto Amaral e Eduardo Campos, que o antecederam no cargo de presidente do PSB. O socialista defendeu que o partido seja ;porta-voz; entre as ;forças de oposição;. Ele faz, ainda, referência à aliança com o candidato do PSDB, Aécio Neves, no segundo turno das eleições e diz que ;o PSB precisa emprestar ao novo governo as perspectivas de um projeto que aprofunde as conquistas sociais das últimas décadas;. A nova Executiva tem, ao todo, 37 integrantes.

Lídice da Mata (PSB-BA) leu uma carta representando a ala dos descontentes. Intitulado ;Conclamação dos Socialistas;, o documento afirmou que a decisão da Executiva Nacional em apoiar o tucano é "eleitoral; e não trata da ;esquerda; nem se refere ao ;socialismo renovador". ;Independentemente do resultado da eleição presidencial de 2014, o PSB precisa reafirmar os princípios essenciais da sua natureza renovadora e socialista;, diz outro trecho.

A parlamentar assumiu que vai fazer campanha na Bahia pela reeleição da presidente Dilma contrariando a decisão do partido. ;Apoiar Aécio significa ficar ao lado dos meus maiores adversários, DEM e PSDB;, justificou. O senador João Capiberibe e o governador da Paraíba Ricardo Coutinho (PSB), que tenta à reeleição, também declararam apoio à candidata do PT.

Homenagem a Eduardo Campos

Em discurso, impresso no formato de um livreto, Siqueira mencionou os nomes de Miguel Arraes, Roberto Amaral e Eduardo Campos, que o antecederam no cargo de presidente do PSB

Uma missa na Paróquia São Miguel Arcanjo, na Asa Norte, lembrou os dois meses da morte do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos. O político perdeu a vida em um desastre aéreo, em Santos (SP), em 13 de agosto. A viúva de Eduardo, Renata Campos, e os quatro filhos (foto) participaram da celebração religiosa. Aliados do PSB, como Carlos Siqueira e Beto Albuquerque, também compareceram. João Campos, o primogênito, agradeceu a ;companhia dos amigos que prestigiaram; a missa.

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