postado em 14/10/2014 23:48
Principal tema dos candidatos de oposição no primeiro turno, a corrupção foi novamente lembrada por Aécio Neves (PSDB) no debate contra Dilma Rousseff (PT), no primeiro debate do segundo turno, na noite desta terça-feira (14/10). Enquanto o tucano atacou a petista com os escândalos da Petrobras, Dilma rebateu citando escândalos do governo FHC e o caso do aeroporto de Cláudio. A troca de denúncias foi tão longa que os candidatos acabaram usando duas sequências de perguntas e respostas para debater o tema da corrupção."Os brasileiros acordam surpresos com novas denúncias em relação à Petrobras, é inacreditável", afirmou Aécio. O tucano questionou Dilma sobre a saída do ex-diretor Paulo Roberto Costa, preso pela Operação Lava Jato, da Petrobras. Ele teria sido elogiado, ao sair da empresa, pelos bons serviços prestados. "Um diretor nomeado pelo seu governo assume que roubou, que desviou dinheiro da Petrobras, disse que distribuía para partidos políticos, em especial ao seu... quais foram os bons serviços prestados por esse diretor?, provocou Aécio.
Dilma defendeu a punição rigorosa de corruptos e corruptores, citando leis aprovadas durante seu governo para o combate à corrupção. "Além disso", disparou Dilma, "aonde estão todos os envolvidos com o caso Sivam? Todos soltos. E a compra de votos da reeleição? Todos soltos. Pasta Rosa? Todos soltos. Mensalão tucano-mineiro? Todos soltos. Envolvidos nas compras de metrôs e de trens em São Paulo? Soltos. Não quero isso, candidato, quero os culpados presos. É essa indignação que o senhor não enxerga", disparou.
"A senhora busca comparar coisas muito diferenres, não queira nos igualar", rebateu Aécio. "É preciso mais do que boas intenções em final de governo para o resgate da credibilidade da vida pública", completou.
"Porque tudo que elenquei é outra coisa?", questionou Dilma na tréplica. Ela mesma respondeu: "É porque não foi investigado e nem punido". Depois, Dilma levantou a denúncia do Aeroporto de Cláudio, em Minas Gerais, contruído em terras que pertenciam a um tio-avô de Aécio: "Seria importante que o senhor relatasse o que ocorreu em Claudio, quando o senhor construiu um aeroporto na fazenda de um familiar e entregou a chave para ele", pediu Dilma. "Não acho isso nada moral nem ético", provocou.
"A senhora está sendo leviana, candidata, leviana. O Ministério Público atestou a regularidade desta obra", rebateu Aécio. "Fiz milhares de obra no meu governo. Essa obra de Claudio, que a senhora repete de forma leviana na propaganda eleitoral - tanto que o TSE tirou do ar - foi feita em área desapropriada em desfavor de um tio-avô meu. O estado determinou o valor da indenização em R$ 1 milhão, mas ele reinvindica 9 milhões e ainda não foi beneficiado. Só foi beneficiado o povo de Minas"
"Eleve o nível"
Dilma lembrou a Aécio que se o Ministério Público não viu motivos para uma ação criminal no caso do aeroporto, mas investiga o mesmo quanto à probidade administrativa, ou seja, o mau uso dos recursos públicos. "Hoje no Brasil é proibido o nepotismo, o emprego de familiares no govenro. O senhor tem uma irmã, um tio, três primos e três primas no governo. Pode olhar no governo federal que não vai achar um parente meu", bateu Dilma.
"A senhora tem a obrigação de dizer onde a minha irmã trabalha", desafiou Aécio. Ante a série de denúncias, criticou a forma de Dilma fazer campanha. "A sua propaganda é só mentira, não pode ser esse vale tudo em que a senhora transformou a campanha. Eleve o nível desse debate. Os brasileiros querem saber do nosso futuro. Não respondo a nenhum processo candidata, ao contrario do seu governo, que virou um mar de lama".