O PSDB, que já foi base de apoio dos grupos ligados aos ex-governadores Joaquim Roriz (hoje no PRTB) e José Roberto Arruda (agora no PR), tomou uma decisão que remonta às suas origens, com um alinhamento mais à esquerda. A direção local dos tucanos anunciou, ontem, apoio à candidatura de Rodrigo Rollemberg (PSB) ao Palácio do Buriti. O posicionamento foi posterior ao caminho adotado pelo presidenciável Aécio Neves, que selou acordo com o socialista na semana passada. No entanto, os dirigentes candangos do PSDB explicaram que a orientação nacional não foi determinante e que as bases regionais foram consultadas. Mais de 90% dos militantes e filiados teriam apoiado o acordo com o candidato do PSB ao GDF.
Os tucanos tiveram posturas divergentes no decorrer das eleições disputadas em Brasília. A posição claramente esquerdista prevaleceu apenas na primeira disputa direta, em 1990, com uma coligação ao lado do próprio PSB e de partidos como PDT, PCdoB e PCB (que, mais tarde, se tornaria o PPS). Naquela oportunidade, o nome de Maurício Corrêa foi o apoiado. Depois disso, o partido acabou indo de um lado para o outro. Tentou ser terceira via, na polarização entre petistas e rorizistas (e, depois, arrudistas). Acabou por se alinhar a Roriz e a Arruda, dando apoio para candidaturas dos dois grupos e também fazendo parte dos governos.
Na disputa deste ano, o partido teve de passar por uma transformação para conseguir lançar candidatura própria. O caminho só foi adotado depois de uma intervenção nacional no diretório local. Nomes ligados a Arruda, como o deputado federal Izalci Lucas e o ex-secretário Márcio Machado, vinham fazendo um trabalho interno para tentar fazer com que a sigla apoiasse a candidatura do ex-governador ao Buriti. Em resposta, no entanto, Eduardo Jorge foi nomeado como presidente regional em abril passado, dissolvendo diretório e executiva locais. Com esse quadro, o nome de Pitiman, egresso do PMDB, foi anunciado na disputa ao GDF. Aécio Neves passaria a ter um palanque próprio em Brasília.
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