postado em 16/10/2014 14:49
Com gritos de ;PSDB nunca mais; e ;Dilma de novo;, militantes do PT e integrantes de movimentos sociais promoveram nesta quinta-feira (16/10) um abraço simbólico ao edifício-sede da Caixa Econômica Federal, localizado no Setor Bancário Sul.
O ato de campanha reuniu cerca de 200 pessoas. Entre elas, alguns servidores de carreira e funcionários comissionados do banco estatal, que utilizavam adesivos e faixas com os dizeres ;Mexeu com a Caixa, mexeu comigo;.
A ofensiva é uma resposta à suposta intenção da oposição de reduzir o papel dos bancos públicos, caso o senador Aécio Neves (PSDB) seja eleito presidente, no segundo turno, contra a presidente Dilma Rousseff. Em entrevistas, o ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga, já nomeado ministro da Fazenda num eventual governo Aécio, tem sinalizado ser favorável a uma reestruturação do sistema financeiro, com menor expansão dos bancos públicos e maior participação dos privados.
As declarações de Fraga são um consenso entre economistas do setor privado e até mesmo de organismos internacionais, como agências de classificação de risco e o Fundo Monetário Internacional (FMI). As críticas são que, nos últimos anos, sob a justificativa de incentivar o crescimento, o governo turbinou gastos e ampliou repasses aos bancos públicos, para tentar alavancar os investimentos produtivos no país.
Mesmo assim, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) recuou de cerca de 18%, no início do governo Dilma, para 16,5%, atualmente. Neste ano, mesmo com toda ajuda dos bancos público, os investimentos vão desabar 6,5%, segundo cálculos do próprio Banco Central.
Fraga defende que o governo reduza gastos públicos e abra espaço na economia para que a iniciativa privada possa oferecer crédito para o investimento, o que não tem acontecido. Já a campanha da presidente Dilma defende justamente o oposto, e acredita que uma maior participação das instituições estatais é fundamental para estimular o crescimento.
A avaliação do governo é defendida por militantes de movimentos sociais e também funcionários da estatal, que temem a perda de poderes e o enxugamento da Caixa, inclusive com demissão de funcionários comissionados, num eventual governo Aécio.
No movimento desta tarde, além de militantes do PT e servidores do órgão, também estiveram presentes sindicalistas e integrantes de movimentos sociais da União Juventude Socialista (UJS), um braço estudantil do PCdoB, partido que integra a base do governo.