Ana Maria Campos
postado em 19/10/2014 08:03
Qualquer que seja o governador eleito no próximo domingo, uma das primeiras providências a ser adotada, já na fase de transição, é formar uma base de apoio na Câmara Legislativa. Na Casa, tramitam projetos estratégicos e mudanças estruturais orçamentárias e programáticas que precisam passar pelo crivo dos deputados distritais. Governar em crise com o Parlamento pode representar uma barreira para o sucesso da gestão. Enquanto os candidatos Rodrigo Rollemberg (PSB) e Jofran Frejat (PR) disputam os votos dos eleitores na reta final da campanha, os parlamentares se articulam para uma outra eleição, o comando do Legislativo. O novo presidente da Casa será escolhido no dia da posse do novo governador e terá um papel fundamental na definição da pauta dos projetos nos próximos dois anos.Caso Rodrigo Rollemberg vença a eleição, ele pode ser o primeiro governador da história do DF a não ter nenhum representante do próprio partido na Câmara Legislativa. A aliança do socialista elegeu quatro distritais, mas todos de outras siglas da coligação ; três são do PDT e um do Solidariedade. A legenda de Jofran Frejat (PR) também não fez expressiva bancada no parlamento local: terá somente um distrital, Bispo Renato ; apenas Joaquim Roriz, em 1990, teve tão poucos colegas de legenda no Legislativo do DF. Desde o fim do primeiro turno, os demais eleitos passaram a externar o voto nos dois concorrentes que seguem na disputa.
Apesar das declarações de apoio aos candidatos, o chefe do Executivo terá de costurar uma bancada aliada. Entre os eleitos, 11 declararam apoio a Rollemberg, seis a Frejat e sete se declararam neutros. Um dos nomes que aparece como cotado para a presidência é o da deputada Celina Leão (PDT), eleita pela coligação de Rollemberg. O candidato do PSB ao Palácio do Buriti não quer nem ouvir falar do assunto agora e desautorizou qualquer pessoa a negociar cargos ou acordos para a direção da Casa em seu nome. Mas os distritais têm trabalhado paralelamente, tanto no grupo do candidato do PSB, quanto do concorrente do PR.
COMO VOTAM OS DEPUTADOS DISTRITAIS
Júlio César Ribeiro (PRB) - 29.384 votos
Fez parte da base de apoio de Agnelo Queiroz (PT). No segundo turno, anunciou apoio a Rodrigo Rollemberg, seguindo seu partido.
Robério Negreiros (PMDB) - 25.646 votos
Segue a neutralidade orientada pelo comando da legenda.
Professor Israel (PV) - 22.500 votos
Fez parte da base aliada petista no primeiro turno. Na última semana, aderiu à campanha do PSB, seguindo orientação partidária.
Dr. Michel (PP) - 22.422 votos
Fez parte da base de Agnelo Queiroz (PT). Seu partido tomou posição neutra no segundo turno. Ele, no entanto, afirmou que votará e pedirá votos para Rollemberg.
Rodrigo Delmasso (PTN) - 20.894 votos
Esteve com Agnelo no primeiro turno. Dia 26, vai votar em Rollemberg (PSB)
Joe Valle (PDT) - 20.352 votos
Fez parte da coligação e está com Rollemberg desde o início da campanha
Sandra Faraj (Solidariedade) - 20.269 votos
Partido fez parte da chapa majoritária de Rollemberg. Apoia o candidato desde o primeiro turno.
Wasny de Roure (PT) - 19.318 votos
Não faz campanha para nenhuma candidatura. Admite, porém, que votará em Rollemberg.
Rafael Prudente (PMDB) - 17.581 votos
Segue orientação partidária de neutralidade. Não se declara próximo de nenhum dos candidatos ao Buriti.
Chico Vigilante (PT) - 17.040 votos
Aliado de Agnelo, não apoia ninguém no segundo turno. Afirma que não votará em nenhum dos candidatos e será oposição a qualquer um dos dois que vencer.
Liliane Roriz (PRTB) - 16.745 votos
Partido fez parte da coligação de Frejat desde o início da campanha. Ainda assim, sua família tem proximidade com o deputado federal eleito Rogério Rosso (PSD), que está na chapa de Rollemberg.
Juarezão (PRTB) - 15.923 votos
É integrante do partido da base aliada de Frejat.
Chico Leite (PT) - 15.636 votos
Partido não se posicionou no segundo turno, mas o distrital reeleito declarou que vota e apoia Rollemberg.
Agaciel Maia (PTC) - 14.876 votos
Não declarou apoio a nenhum dos candidatos. Partido vai se manter neutro no segundo turno.
Cristiano Araújo (PTB) - 14.657 votos
PTB faz parte da base de apoio de Frejat, mas o distrital reeleito pediu votos para Agnelo Queiroz no primeiro turno. Ainda não se posicionou sobre o restante da campanha.
Ricardo Vale (PT) - 14.223 votos
Como dirigente do PT, assinou nota em que o partido se posiciona pela neutralidade nas eleições de segundo turno. Não anunciou em quem vai votar.
Bispo Renato (PR) - 14.216 votos
Único distrital eleito do mesmo partido de Frejat.
Celina Leão (PDT) - 12.670 votos
Aliada de Rollemberg desde o começo da eleição.
Professor Reginaldo Veras (PDT) - 12.506 votos
Faz parte da base de apoio de Rollemberg.
Lira (PHS) - 11.463 votos
Estava com Agnelo. Aderiu à campanha do PR neste segundo turno.
Telma Rufino (PPL) - 11.364 votos
Partido estava na base de Agnelo no 1; turno, mas fez campanha independente. Não definiu o rumo e conversa ainda com os dois candidatos.
Wellington Luiz (PMDB) - 10.330 votos
Segue a orientação partidária, de se manter neutro.
Raimundo Ribeiro (PSDB) - 10.026 votos
Apoiou o colega de legenda Luiz Pitiman (PSDB) no primeiro turno. Agora, está com Rollemberg por orientação partidária.
Luzia de Paula (PEN) - 7.428 votos
Fez campanha para Agnelo. No segundo turno, vai de Frejat
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