postado em 22/10/2014 08:14
O senador Aécio Neves (PSDB), que concorre à Presidência da República, colocou ontem em descrédito as pesquisas eleitorais. Em visita a Campo Grande (MS), o tucano afirmou que os institutos devem uma explicação ao povo brasileiro e minimizou o resultado do último levantamento feito pelo Datafolha, que o colocou pela primeira vez, no segundo turno, atrás numericamente da adversária, a presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, embora os dois permaneçam empatados tecnicamente.
Questionado sobre a perda de intenção de votos, Aécio contestou, dizendo que a candidatura dele foi a que mais cresceu. ;Não posso considerar queda uma candidatura que teve 30 e poucos pontos no primeiro turno e depois aparece com 50;, afirmou. O presidenciável disse que se ele se abalasse com pesquisas não teria o resultado que alcançou no primeiro turno.
No dia 5, a votação do tucano foi bem superior ao quadro que apontavam os institutos de pesquisas nos dias anteriores. Na ocasião, Ibope e Datafolha apresentavam Aécio com tendência de crescimento, mas não era possível ver, entre ele e a candidata do PSB, Marina Silva, quem permaneceria na disputa. Nas urnas, porém, Aécio teve 33,5% contra 21,32% de Marina. ;Na verdade, os institutos de pesquisa estão devendo aos brasileiros explicações. Desde o primeiro turno, os erros foram grosseiros. Absolutamente grosseiros em toda a parte;, afirmou.
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Aécio disse que, em todas as pesquisas técnicas feitas pela equipe, ele aparece na frente da candidata do PT ;com uma margem enorme e muito maior que essa;. De acordo com o tucano, se a referência for o Datafolha, ele pode se considerar eleito. ;Pelo que nós vimos da pesquisa do primeiro turno, o Datafolha está me dando como eleito;, ironizou. A pesquisa Datafolha divulgada na última segunda-feira mostra Dilma com 52% dos votos válidos e Aécio com 48%. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Outra postura
Aécio também comentou a nova denúncia sobre a Petrobras, de que, além do ex-presidente do PSDB Sérgio Guerra, parlamentares tucanos estariam participando do esquema de superfaturamento e pagamento de propina na estatal. A declaração foi feita por Leonardo Meirelles, suposto laranja do doleiro Alberto Youssef. A informação é do advogado Haroldo Nater, que defende o empresário Leonardo Meirelles, acusado de ter feito remessas ilegais para o doleiro.
Segundo o candidato, a investigação deve ocorrer ;a fundo; independentemente de filiação partidária, e a postura do PSDB será diferente da dos petistas. ;Se houver amanhã efetivamente alguém do PSDB que tenha cometido alguma ilicitude, tem que responder por ela. Nós não os trataremos, como faz o PT, como heróis nacionais;, afirmou.
No programa eleitoral dos candidatos à Presidência de ontem, Aécio destacou os apoios recebidos no início do segundo turno, como o de Marina Silva (PSB) e de Renata Campos, viúva de Eduardo Campos, e disse que ;o segundo turno começou marcado por muitas agressões, o que é uma pena;. O candidato afirmou ainda que não tem o ;menor problema em aceitar críticas; e que está pagando ;um preço pequeno para melhorar a vida; das pessoas.