postado em 22/10/2014 23:21
Com a participação cada vez maior de segmentos religiosos em processos eleitorais, os governantes precisam se posicionar e construir projetos sobre o assunto. Na opinião de Rodrigo Rollemberg (PSB), as igrejas devem servir como canais para as políticas públicas, por meio de ;acordos de cooperação;. Já Jofran Frejat (PR) defende que os poderes públicos precisam respeitar, acima de tudo, os direitos das pessoas, baseados em valores morais. Veja as respostas dos dois concorrentes ao GDF.A PERGUNTA DA ARQUIDIOCESE
Percebe-se uma intensificação nos últimos processos eleitorais da presença de aspectos morais na agenda legislativa, governamental e social. Há, ao mesmo tempo, no Distrito Federal uma presença cada vez mais forte de grupos que se denominam representantes de vários segmentos religiosos. Considerando os princípios pluralistas e laicos do exercício do poder político, como o seu governo construirá as necessárias políticas (públicas, assistenciais, compensatórias, econômicas, sociais etc.) decorrentes desta pauta?
RODRIGO ROLLEMBERG (PSB)
Eu sou de uma família de 15 irmãos que sempre viveu em um ambiente de solidariedade. Fomos educados na fé cristã. Isso me dá a convicção de que a família e a Igreja são duas instituições importantes para o desenvolvimento de valores como a paz e a tolerância. O nosso governo vai reconhecer a relevância das obras sociais realizadas pelas diferentes igrejas. Creio que o Estado precisa da colaboração das igrejas para ampliar a capilaridade das políticas públicas. Faremos isso por meio de acordos de cooperação. Também acho legítimo que os grupos religiosos possam debater com o Legislativo e com o governo os temas de seu interesse, sem qualquer constrangimento. Trabalharei para que valorizemos o debate democrático de forma intensa, tendo como princípios a igualdade de direitos, a liberdade de manifestação religiosa e a busca do bem comum. Todas as decisões do Estado devem estar em consonância com os interesses da sociedade.
JOFRAN FREJAT (PR)
Sou cristão. Sou católico apostólico romano. As políticas públicas, no meu governo, estarão fundamentadas no que, como católico, aprendi: ;Os poderes políticos devem respeitar os direitos fundamentais da pessoa humana [...]. Os direitos políticos ligados à cidadania podem e devem ser concedidos segundo às exigência do bem comum;. Felizmente, está havendo o retorno à correta hierarquia dos valores. A Revolução Industrial trouxe grandes benefícios para a humanidade, mas trouxe também, o que é lamentável, a inversão dos valores que devem presidir as ações humanas. Inverteu-se a pirâmide dos valores. Colocou-se no topo os valores materiais; abaixo, os valores morais; mais abaixo ainda, os valores espirituais. Como consequência, os desencontros, as mazelas, a angústia do homem. Se o homem quiser começar a viver aqui na terra as alegrias do Paraíso, deve recompor essa inversão de valores: no topo, os valores espirituais; abaixo os valores morais; e, mais abaixo, os valores materiais.