São Paulo - Apesar da trégua acertada pelas campanhas de Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB), o horário eleitoral gratuito na televisão nesta quinta-feira (23/10) foi mais uma vez marcado por ataques e críticas mútuas. O tom, no entanto, foi menos agressivo do que o de programas anteriores. No petista, o primeiro na ordem, a candidata à reeleição fez um discurso ácido contra a ;ausência de propostas; de Aécio e voltou a usar a crise hídrica em São Paulo para atacar a gestão tucana dizendo que não tem ;falta de responsabilidade; com a população. No programa do PSDB, Aécio reclamou do ;mar de lama; da campanha adversária e usou um depoimento de Marina Silva (PSB) para rebater as acusações.
[SAIBAMAIS] ;Meu adversário não consegue apresentar propostas concretas para beneficiar a população. Ele critica, critica e critica, como se a vida da população tivesse melhorado, mas ideias boas ele não têm nenhuma;, afirmou Dilma. ;Quando apresento propostas novas ele pergunta: ;por que não fez antes?; Todo mundo sabe que nenhum governante consegue fazer tudo em 4 anos;, defendeu-se a petista. Também foi usado um discurso em que Dilma critica a falta de água em São Paulo. ;Aqui mais uma vez se mostra as consequências da visão (de governo) que não tem responsabilidade com a questão publica de um abastecimento fundamental de uma população;, condenou.
No programa tucano, Aécio reclamou do nível da campanha adversária. ;O segundo turno começou marcado por muitas agressões, o que é uma pena. Não tenho problemas em aceitar críticas. Mas quando a crítica se transforma em mentiras, muitas vezes anônimas, a campanha vai para a lama. E quem perde é você (eleitor);, afirmou o senador mineiro, defendendo que aceita os ataques ;se for o preço para resgatar o Brasil;. ;Acredito em valores como a decência, respeito e honradez.
Governo sem estes valores não vai a lugar nenhum e quem paga a conta é cidadão;. Para rebater a falta de água em São Paulo, o programa tucano mostrou a situação abandonada de obras na transposição do rio São Francisco, no Nordeste, com depoimentos de pessoas que sofrem com a seca.
Vítima de uma campanha agressiva do PT no primeiro turno, Marina Silva (PSB) também apareceu no programa eleitoral de Aécio Neves para destacar seu apoio ao tucano e reafirmar as críticas à estratégia petista. ;É hora de recuperarmos a esperança;, disse Marina. ;Aécio assumiu compromissos como encarar a necessidade de reforma política profunda e acabar com a reeleição, porque com ela os governos apelam para o vale-tudo para se manter no poder, como estamos vendo;,
completou a pessebista, herdeira de 22 milhões de votos no primeiro turno.
Apesar da troca de ataques e críticas, as campanhas de Dilma e Aécio tentaram dar um tom propositivo ao programa eleitoral gratuito na televisão. A propaganda petista destacou projetos para educação (Pronatec Jovem Aprendiz), saúde (Mais Especialidades), moradia (Minha Casa, Minha Vida), combate à corrupção (Brasil Sem Impunidade) e defesa da mulher vítima de violência doméstica (Casa da Mulher Brasileira). A campanha tucana se concentrou em propostas para segurança pública (Programa Guardião das Fronteiras), saúde (Saúde de uma vez e investimento de 10% do PIB na área) e educação (Poupança
Jovem, Nova Escola Brasileira, educação em tempo integral e "valorização dos professores;).