Eduardo Militão
postado em 24/10/2014 06:02
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) abriu uma investigação para apurar o cartel de empreiteiras que atuava na Petrobras. O ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa afirmou que grandes construtoras, como Odebrecht e Camargo Corrêa, combinavam previamente os vencedores das licitações e cobraram um sobrepreço nos contratos que depois bancaria propinas para PT, PMDB e PP.
A Superintendência do Cade pediu documentos sobre desvios na Petrobras à 13; Vara Federal, onde tramitam ações criminais da Operação Lava-Jato. Os papéis já foram obtidos, segundo informou o conselho . ;Não há prazo para a conclusão da investigação;, acrescentou o Cade ao Correio.
Como mostrou o jornal semana passada, as empreiteiras aumentaram as sondagens na Justiça, na Polícia Federal e no Ministério Público para tentar acordos de colaboração. O objetivo é evitar perderem contratos bilionários com o Estado e ver executivos na cadeia. Mas só uma empresa pode se beneficiar de um acordo de leniência, e não todo o cartel denunciado por Paulo Roberto. Alguns executivos poderiam firmar acordos de delação premiada de acordo com o interesse dos investigadores (veja quadro com as diferenças). Na semana passada, procuradores da Lava-Jato e o superintendente do Cade, Eduardo Frade, se reuniram por duas horas para afinar as estratégias de investigação.
De acordo com o depoimento do engenheiro mecânico Paulo Roberto Costa, o PT ficava com até 3% da propina dos contratos fechados com o cartel de empreiteiras que agia na Petrobras. O grupo de construtoras combinava vencedores de licitações em grandes obras de infraestrutura em todo o país, como usinas, portos, aeroportos, hidrovias e rodovias.
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