As eleições para o Governo do Distrito Federal parecem ter sido ofuscadas pela disputa presidencial. Horas depois do resultado, quando Rodrigo Rollemberg (PSB) já havia sido eleito como o novo governador de Brasília, pouco se falava sobre a política distrital.
Para o biomédico Saulo Valente, 28 anos, a disputa eleitoral teve um doce resultado. Eleitor de Rollemberg, ele acredita que um governador ainda sem vícios pode melhorar a vida no DF. ;É bom que alguém inexperiente ocupe a vaga do Buriti. Assim, as pessoas não ficam com aquelas amarrações políticas;, explica.
O aposentado Luis Geraldo Santos Nascimento, 58 anos, só encontrou razões para comemorar o desfecho do segundo turno. Para Luis Baiano, como é conhecido entre amigos, Rollemberg apresentou projetos reais e alcançáveis. "Frejat, não. Ele tentou convencer os eleitores com mentiras voltadas, principalmente, para os mais carentes. Mas nem entre eles colou", comemora.
Um dos pontos altos do governo, ele prevê, será o investimento em turismo e, principalmente, no Lago Paranoá, com o Projeto Orla. Luis Baiano diz, entretanto, que Arruda teria ganhado seu voto se tivesse conseguido escapar da Justiça. "Ele ia dar muito trabalho ao Rollember, porque o Arruda sabe se comunicar, e diz o que as pessoas querem ouvir. Ele executou muitos projetos interessantes para a cidade e era um bom administrador", pondera.
Infelizmente o clima na mesa dos amigos Luis Marques, 50 anos, Wesley dos Santos, 21, e Raimundo Tavares, 60, não estava tão ameno. Os três, todos funcionários públicos, não se conformaram com a derrota de Jofran Frejat (PR). ;É o candidato que poderia mudar o cenário atual;, afirma Marques. Para Wesley, a idade avançada de Jofran Frejat foi fator decisivo na hora de votar. ;Bem como ele disse: ;não tenho mais idade para errar;. Por isso investi nele;, explica.
O carioca Fábio Almeida Rocha, 35, tem uma teoria própria para o fracasso de Frejat. "Rollemberg só ganhou porque o Reguffe aderiu à campanha dele. Isso vai fazer com que o governo dele seja o mesmo do Agnelo", opinou. A crítica de Fábio ao apoio do senador à campanha de Rollemberg é apenas uma. "Nenhum dos projetos do Reguffe teve impacto na minha vida. Eu não senti o trabalho dele", afirmou o barman. "Acho que esse tipo de política vai fazer com que as coisas permaneçam as mesmas, sem muito impacto na vida da gente. Digo o mesmo do Rollemberg: eles está aqui há muito tempo, mas o que foi que ele já fez?", questiona.