postado em 27/10/2014 06:02
Os escombros ideológicos que dividiram o país, os ricos e os pobres, os nordestinos e os sulistas, os amigos de boteco e até mesmo o almoço de domingo, a partir de hoje, são os cacos de um Brasil que a presidente reeleita Dilma Vana Rousseff, 66 anos, precisará juntar. A nação que ela recebe das próprias mãos, legitimada por 54,5 milhões de votos após uma das eleições mais duras e eletrizantes desde a redemocratização, é um cavalo arisco. Bem mais difícil de montar. ;Em 2010, Lula entregou um pôneizinho pacato chamado Brasil para ela passear;, brinca, em tom irônico, um ex-ministro petista. Com o coração embrulhado cuidadosamente pelo marqueteiro João Santana na campanha eleitoral, ela sabe mais do que nunca que o adjetivo ;valente;, que pulsa orgulhoso desde os tempos mais tenebrosos da nossa história para vencer a tortura e que venceu um câncer em 2009, terá que se reinventar novamente e seguir firme até 2018.A ;tia;, como é chamada por uma ala petista, que sai das urnas agora comentou com confidentes que a tarefa dos próximos quatro anos é muito mais difícil. Tem repetido para os seus que a missão se tornará menos tortuosa se reconquistar o empresariado, azeitar a máquina pública, aprofundar as transformações sociais brasileiras e, sobretudo, fazer o que ela não tem a mínima paciência: articulação política com os ;picaretas de sempre; para que o Brasil caminhe no asfalto liso da governabilidade.
Em resumo, acreditam alguns petistas, que o slogan de sucesso criado por João Santana para o segundo turno, na verdade, estava manco. Se fosse proibido mentir em propagandas eleitorais, carecia de mais duas palavrinhas mágicas: governo novo, ideias novas e o velho PMDB. ;Não basta ter a consciência disso. Ela tem mesmo é que ter paciência e um pouco de boa vontade. Para Dilma, o PMDB e boa parte dos partidos, incluindo até o PT, são formados por alguns picaretas profissionais. Os partidos, no entendimento dela, são feito aqueles namorados em fim de relacionamento que a pessoa não aguenta nem escutar mais a voz;, resume um ex-ministro bastante ligado à dupla Lula e Dilma.
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