Eleições 2014

"Não temos tempo a perder", diz Rodrigo Rollemberg após vitória

O concorrente do PSB venceu a disputa conquistando 812.036 votos, correspondentes a 55,56% dos válidos

postado em 27/10/2014 07:52
Aos 55 anos de idade, Rodrigo Sobral Rollemberg tornou-se ontem o sétimo governador eleito desde a autonomia política do Distrito Federal. O concorrente do PSB venceu a disputa conquistando 812.036 votos, correspondentes a 55,56% dos válidos. O candidato derrotado, Jofran Frejat (PR), obteve 649.587 ; 48,43%. Às 17h55, ao lado da mãe, Teresa Sobral Rollemberg, e da mulher, Márcia Rollemberg, o futuro ocupante do Palácio do Buriti falou pela primeira vez depois de confirmada a eleição, no saguão do prédio onde mora desde 1960, no Bloco E da 206 Sul.

O governador eleito pelo Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), comemora vitória na Eleição 2014 com familiares e eleitores, no NET Live Brasília

Nascido no Rio de Janeiro e brasiliense desde poucos meses de vida, Rollemberg dedicou as primeiras palavras foram de agradecimento e de reconhecimento das dificuldades que há pelo caminho. ;Sei da responsabilidade e tenho convicção de que não sou salvador da pátria;, admitiu.

Ele não pretende nem ter tempo para descansar. A primeira medida depois de eleito, hoje mesmo, será entrar em contato com o secretário-chefe da Casa Civil, Swedenberger Barbosa, para tratar da preparação da transição. ;Não temos tempo a perder;, adiantou.
Rollemberg ainda não definiu quem fará parte de sua equipe até 1; de janeiro, mas garantiu ao Correio que estará à frente de todas as conversas.

Um dos pontos que o deixa mais preocupado é a situação das contas públicas. Ele fala em um rombo herdado de R$ 2 bilhões. ;Mas queremos ter acesso aos números para saber a realidade e o que pode ser feito;, adiantou. A Secretaria de Comunicação do atual governo disse que o montante não é esse. ;Durante a transição, o governador eleito terá acesso a todos os números, sobre quanto se arrecada, quanto se gasta com funcionalismo, com custeio e com obras. Não existe tal rombo;, disse em nota enviada ao Correio.

Terceira via


O caminho de Rollemberg para o Palácio do Buriti começou a ser pavimentado ainda no final de 2012, quando o PSB local decidiu deixar a base de apoio do governador Agnelo Queiroz (PT). O processo não foi construído sem traumas, pois o próprio senador tinha sido eleito dentro de uma coligação com PT e PDT ; que mais tarde acompanharia o socialista para a oposição local.

Muitos filiados deixaram o PSB para continuar ocupando cargos no governo local. Mesmo antes disso, como preparação, ainda no processo eleitoral nos municípios do Entorno do DF ; onde foram eleitos prefeitos e vereadores, Rollemberg percorreu as cidades, aproximando-se daquele eleitorado que tem peso na disputa brasiliense. Poucos meses depois, em fevereiro de 2013, o senador decidiu que disputaria o governo.

Desde o início da campanha, após atrair o PDT, de Cristóvam Buarque e José Antônio Reguffe; o PSD, de Rogério Rosso; e o Solidariedade, de Augusto Carvalho, Rollemberg levantou a bandeira da terceira via. O discurso que prevaleceu foi o de que ele seria a novidade em um processo eleitoral polarizado historicamente entre rorizistas/arrudistas e petistas.

A saída do ex-governador José Roberto Arruda (PR), considerado ficha suja pela Justiça Eleitoral, mexeu com o quadro. Então 3; colocado nas pesquisas eleitorais (ainda que aparecesse à frente de Arruda em simulações de 2; turno), Rollemberg saltou para 1; assim que o então candidato do PR desistiu de vez da disputa, em meados de setembro. Assim, ele terminou o 1; turno na frente, com 692.855 votos (45,23% dos válidos). Frejat também continuou na disputa, com 27,97% dos votos válidos (428.522).


A campanha no 2; turno foi marcada por uma intensa troca de farpas e acusações entre os dois candidatos. Eles se descontrolaram em vários momentos da corrida, especialmente em debates televisivos. Um dos pontos de atrito foi o anúncio de apoio de Rollemberg ao presidenciável Aécio Neves (PSDB), a quem Frejat estava apoiando desde o 1; turno. Além disso, os dois concorrentes também tentaram reforçar a ligação do outro com o governador Agnelo (que tem índices de rejeição altos). O grau de tensão foi tamanho que os dois chegaram à reta final com posições públicas de que o respeito e a admiração que tinham um pelo outro, no passado, tinham ficado pelo caminho.

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