postado em 27/10/2014 13:34
Um dia após a reeleição da presidente Dilma Rousseff, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, tentou acalmar a onda de pessimismo que atingiu o mercado financeiro. A Bolsa de Valores de São Paulo chegou a despencar 6% na abertura do pregão, nesta manhã. Às 13h, a queda era de 4,24%. Segundo o ministro, passadas as eleições, o otimismo tende a voltar. Ele aponta ainda o cenário internacional como um dos fatores responsáveis pela queda na bolsa.
[SAIBAMAIS];Depois das eleições tudo fica mais fácil, porque você não tem o conflito eleitoral. Há o fim da paixão e a volta da racionalidade. É claro que a eleição provoca alguma volatilidade nos mercados. Mas isso também é provocado pelo cenário internacional. Todas as bolsas estão caindo. Vocês não vão dizer que a causa são as eleições no Brasil, nós ainda não temos essa força toda. Temos uma queda das commodities que causam a queda das bolsas;, avaliou.
O ministro afirmou que novos estímulos econômicos serão dados, mas não especificou nada. ;Hoje, dia seguinte da eleição, não é o dia de anunciar nada. Nós temos muitas coisas para fazer até o final do ano. Uma serie de estímulos foram dados e estão em curso, outros estão por vir. Temos trabalho intenso. Precisamos que todos se mobilizem;, completou.
As ações que mais sofreram foram as do chamado ;kit eleições;, com destaque para a Petrobras. Os papéis preferenciais da estatal do petróleo, que não dão direito a voto, desabam 13,88%, chegando à mínima de R$ 13,50. O Banco do Brasil também sofreu perdas de dois dígitos. As ações do banco de economia mista despencaram 12,36%, negociadas a R$ 22,61.
O ministro tenta evitar que o pessimismo se alastre de modo que as ações caiam acima de 10%. Nesse caso, a Bolsa de São Paulo teria de acionar o circuit breaker, um dispositivo que permite interromper o pregão durante 30 minutos, para reacalmar os ânimos. A última vez que o mercado brasileiro teve de ser paralisado por conta das vendas exageradas havia sido em 2008, no auge da crise financeira mundial.
Fiscal
O governo também é cobrado pelo baixo resultado fiscal acumulado no ano, de apenas R$ 1,5 bilhão até agosto, segundo dados do Banco Central ; que são diferentes da Fazenda. A meta para o ano é acumular R$ 99 bilhões. Mantega garantiu que o governo adotará uma postura mais rígida no controle dos gastos e na economia para pagar os juros da dívida pública. ;Nós vamos reforçar o lado fiscal. Já temos uma perspectiva para 2015 de um resultado fiscal mais forte. Vamos continuar nos esforçando para aumentar a transparência da execução fiscal, isso tem avançado bastante, isso eu posso garantir;, disse.