postado em 28/10/2014 08:39
A insatisfação com a vitória do PT e com a votação recebida pelo partido nas regiões mais pobres do Brasil levou milhares de internautas a praguejarem contra os eleitores da presidente Dilma Rousseff. Somente no domingo, dia do segundo turno, 305 páginas foram criadas na internet para promover o ódio ou o preconceito. O número é 342,03% maior do que no primeiro turno e, segundo a ONG Safernet Brasil, responsável pelo monitoramento, deve aumentar nos próximos dias. A definição dos nordestinos, na ótica estreita dos ataques, passa por preguiça, subserviência e burrice. Radicais pedem inclusive a separação da região do resto do Brasil. Outros vão além e, enfurecidos, ameaçam atear fogo a qualquer nordestino que apareça pela frente. Especialistas veem nas ofensas uma boa dose de desinformação.
;A julgar pelo primeiro turno, e sob influência direta da polarização e radicalização das eleições no segundo turno, prevemos que a onda de mensagens de ódio contra os nordestinos nas redes sociais deve continuar crescendo hoje (ontem) e ao longo desta semana;, diz nota da Safernet Brasil. No dia do primeiro turno, a ONG recebeu 69 denúncias, quase quatro vezes menos que no dia seguinte, no qual foi acionada para investigar 258 páginas. Em nota, o microblog Twitter garantiu que suspende os perfis denunciados. Pediu a ajuda dos usuários para identificar as postagens criminosas. O Facebook se limitou a informar que não se pronuncia sobre o conteúdo criado pelos usuários nem sobre o número de páginas denunciadas.
;Por que tão burros? Fica com esse Bolsa Esmola, bando de cabeça chata;, vociferou um dos internautas insatisfeitos. ;Divide o país, dá essa m;. do Nordeste pro PT e os lugares que têm gente civilizada e que não usa Bolsa Família faz eleição de novo;, sugeriu outra. ;Sem nenhuma dúvida, uma parte substancial deste preconceito parte de uma visão de certa forma mal informada sobre a distribuição de renda. A associação entre o Bolsa Família e o maior voto em Dilma não tem relação causal, estatística. Se está correlacionado, não quer dizer que seja por uma relação de causa e efeito;, analisa Malco Camargos, professor da Puc-Minas.
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