Agência France-Presse
postado em 30/08/2012 13:54
Tampa - Mitt Romney deverá aceitar nesta quinta-feira (30/8) a nomeação do partido como candidato presidencial republicano com um discurso na convenção nacional em Tampa (Flórida), no qual precisará demonstrar que é capaz de substituir o presidente Barack Obama na Casa Branca.Depois de cinco anos tentando viver este momento, Romney finalmente será o candidato oficial do partido republicano, como desejou em 2008, quando John McCain o superou nas primárias. Nesta quinta-feira, Romney chegará ao Tampa Bay Times Forum da cidade do golfo da Flórida com o apoio de mais de 4.000 delegados que o elegeram formalmente na terça-feira, em uma convenção, que, no início, foi ofuscada pela passagem do furacão Isaac, que atingiu a Louisiana nas últimas horas.
O multimilionário ex-governador de Massachussetts terá o desafio de fazer um discurso de aceitação que o aproxime das massas de seu partido e também das minorias - mulheres, hispânicos e afroamericanos - que, a 68 dias da eleição, apoiam majoritariamente o presidente Obama, que busca a reeleição. "Ele está pronto, se preparou durante toda a sua vida para este momento", disse na quarta-feira seu companheiro de chapa, Paul Ryan, o conservador representante pelo Wisconsin que preside a comissão de orçamento da câmara de representantes.
"Depois de quatro anos correndo em todas as direções, os Estados Unidos têm que dar um giro, e o homem para fazer isso é o governador Mitt Romney", acrescentou Ryan, que com 42 anos e corpo atlético inflamou os militantes após seu discurso na quarta-feira. Em uma mensagem destinada a aproximar Romney das bases mais conservadoras do Partido Republicano, Ryan afirmou em Tampa que concordava ideologicamente com seu "chefe", porque, apesar de não compartilhar sua religião - o aspirante à presidência é mórmon e seu companheiro é católico -, "nos une a visão de que nossos direitos procedem da natureza e de Deus, e não do governo".
[SAIBAMAIS]Outro impulso para a cerimônia televisionada desta quinta-feira - que costuma ter uma grande audiência nacional - foi dado por sua esposa, Ann Romney, que na terça-feira subiu ao palco para mostrar um lado mais humano deste homem apelidado de "robô" por alguns analistas, cuja família de cinco filhos e 18 netos parece ser tão perfeita quanto distante da realidade do americano comum.
"Este é o homem que os Estados Unidos precisam", afirmou Ann Romney. "Não decepcionará o país", disse, ao mostrar fotos da família iniciada há 43 anos. Para Larry Sabato, professor de ciência política da Universidade da Virgínia, "Romney esteve por toda a sua vida centrado na economia, e ele pode dizer com credibilidade que está preparado para solucionar os problemas econômicos dos Estados Unidos".
Mas a grande fraqueza, indicou Sabato, é que "Romney não se conecta com o povo. Sua campanha precisa torná-lo carismático", afirmou o acadêmico, coincidindo inclusive com alguns assessores do republicano, que asseguram que após a convenção de Tampa mais dinheiro será destinado para que ele se aproxime desta parte da sociedade que não o conhece. Embora Sabato considere as convenções como um momento de "Infomercial" ideal para tornar-se conhecido, sua colega da Universidade do sul da Flórida Susan MacManus afirma que o efeito destas assembleias midiáticas "poderiam dar a ele brevemente dois ou três pontos a mais nas pesquisas".
"Mas a convenção democrata começa na próxima semana e depois tem início a temporada de futebol americano", adverte MacManus, colocando em questão se o efeito será perecível até as eleições de novembro. As convenções dos partidos - os democratas terão a sua entre 4 e 6 de setembro em Charlotte, Carolina do Norte (leste) - marcam o fim do longo processo das eleições primárias e o início oficial da campanha para a eleição, o momento em que a população começa a prestar maior atenção à corrida pela Casa Branca.