Agência France-Presse
postado em 23/10/2012 00:34
Barack Obama e Mitt Romney duelaram nesta segunda-feira, em seu último debate da campanha à presidência, sobre temas de política externa e à Defesa, incluindo Líbia, Síria, Iraque, a questão nuclear iraniana e a presença militar no Paquistão.No debate na Universidade de Lynn, em Boca Raton (Flórida), Obama começou acusando seu adversário republicano Mitt Romney de se equivocar em todas as suas decisões sobre política externa, em particular sobre o Iraque: "cada vez que você opinou, se equivocou".
Romney respondeu que os Estados Unidos não conseguirão acabar com a ameaça terrorista e a Al-Qaeda "apenas matando" os extremistas: "felicito o senhor (Obama) por ter eliminado Osama Bin Laden e por perseguir os líderes da Al-Qaeda, mas não sairemos disto apenas matando".
Obama declarou estar feliz pelo fato de Romney reconhecer a Al-Qaeda como uma ameaça e alfinetou: "Há alguns meses o senhor disse que a maior ameaça aos Estados Unidos era a Rússia. O senhor não quer duplicar o que aconteceu no Iraque, mas já disse que quer colocar mais soldados no Iraque. O senhor foi contra os tratados nucleares com os russos. O senhor envia mensagens confusas. Precisamos de uma liderança forte e firme no Oriente Médio, ao contrário do que o senhor faz com suas declarações".
"Quando se trata de política externa, o senhor parece querer voltar às políticas dos anos 1980, às políticas sociais dos anos 1950 e às políticas econômicas dos anos 1920", disse o presidente.
Romney abriu um atalho no debate sobre política externa para atacar o desempenho econômico do governo Obama, afirmando que um país com a economia debilitada não pode desempenhar um papel de hegemonia e liderança no mundo, e defendeu a ampliação das relações comerciais com a América Latina, cuja economia é quase tão grande como a da China.
O volume comercial dos Estados Unidos "cresce 12% ao ano, se duplica a cada cinco anos, mas podemos fazer melhor, particularmente na América Latina".
"As oportunidades para nós na América Latina simplesmente não estão sendo aproveitadas. De fato, a economia da América Latina é quase tão grande como a da China. A América Latina é a grande oportunidade".
Sobre o polêmico programa nuclear do Irã, apontado como uma fachada para obter a bomba atômica, Obama prometeu que "enquanto eu for presidente dos Estados Unidos, Teerã não conseguirá uma arma nuclear".
Em seguida, o presidente desmentiu qualquer negociação direta de seu governo com Teerã sobre o programa nuclear, como informou no sábado o jornal The New York Times. "São informações de jornal e não são certas".
Obama advertiu ainda que o "relógio está andando" e que "não vamos permitir ao Irã que nos envolvam em negociações que não levem a lugar nenhum". "O relógio está andando e vamos fazer o que for necessário", advertiu.
Sobre sua posição diante de um eventual ataque a Israel, Obama e Romney concordaram que apoiarão o Estado hebreu de todas as formas, inclusive militarmente.
"Se Israel for atacada os Estados Unidos vão ficar do lado de Israel. Montamos a maior cooperação militar e de inteligência da história de Israel (...) e enquanto eu for presidente dos Estados Unidos, o Irã não vai obter uma arma nuclear" para ameaçar o Estado Hebreu.
Romney garantiu que "ficaremos ao lado de Israel" contra o Irã, "inclusive militarmente, mas nossa missão é dissuadir os iranianos através de meios diplomáticos e de sanções mais rígidas, absolutamente fundamentais", como o fechamento dos portos aos petroleiros iranianos e um maior isolamento de Teerã.